Publicada: 19/10/2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Fonte: Setor de Comunicação Cotriel
Também na sexta-feira, 12, durante a Exapiec, a convite da Cotriel e Syngenta, o fitopatologista Dr. Lucas Navarini, proferiu uma palestra sobre manejo de doenças na Soja.
O especialista começou alertando que o fungo da ferrugem da soja vem desenvolvendo resistência aos principais mecanismos de ação dos fungicidas para o controle dessa doença: “Há mais de 15 anos controlamos ferrugem em soja exclusivamente com fungicidas e na grande maioria das lavouras de soja, as aplicações são feitas de maneira atrasada ou com intervalos entre as aplicações que não respeitam a capacidade dos produtos, com isso a ferrugem consegue desenvolver-se mesmo sob a aplicação dos fungicidas, e dessa maneira a gente vem perdendo a eficiência dos produtos utilizados para o controle curativo. Hoje é muito importante conhecer os fungicidas que podem ser utilizados como reforços e com melhor desempenho, para conseguir controlar a ferrugem e obter bons resultados de produtividade. Recomendamos que o produtor procure misturas entre produtos com efeito preventivo adicionado de um curativo, evitando usar um preventivo com preventivo, que oferece uma menor sinergia de controle e nesse aspecto existem várias marcas que podem ser combinadas.
Sobre o mofo branco, o fitopatologista diz que por ser muito devastadora, esta doença que gerou muitos prejuízos foi equivocadamente associada com as flores da soja e de leguminosas em geral, levando a erros de manejo, que podem beneficiar o fungo. “ Na cultura da soja deve se ter a atenção de o florescimento, que é a porta de entrada da doença nas plantas de soja, com as noites frias onde temperaturas mínimas são de 15 graus e áreas muito úmidas após chuvas fortes, fatores que poderão proporcionar a ocorrência da doença na soja e gerar prejuízos. Devemos abrir o olho para o quanto nós mesmos como produtores de soja estamos produzindo e espalhando o problema dentro da propriedade”, disse.
Quanto ao intervalo de aplicação dos fungicidas, Navarini observou que independente da mistura e do reforço, o período de proteção não é superior a 15 dias: “ É sabido que em uma lavoura se torna difícil seguir a risca este intervalo, mas o principal vilão não é o fungicida de baixo desempenho e sim intervalos entre as aplicações muito longos. Os fungicidas não fazem milagres, pois na tentativa de economizar se acaba perdendo o controle sobre a ferrugem”, lembrou.
Por fim, Navarini disse que uma das únicas estratégias que torna possível economizar no fungicida, é conseguir plantar a soja cedo: Desta forma é possível fazer um manejo mais tranquilo da ferrugem. Temos de ter atenção com o florescimento destas lavouras ocorrer em épocas muito chuvosas e com noites frias, onde pode apresentar um risco da incidência do mofo branco. Plantar variedades mais precoces, ter atenção ao clima, e com uma velocidade adequada de plantio, garantem que o plantio comece bem, o que é fundamental para o bom desenvolvimento da nossa cultura carro-chefe”, finalizou.
Assista aqui a entrevista.