Publicada: 18/11/2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Desde 2012 as lavouras das principais regiões do país vêm sendo atingidas pela lagarta helicoverpa, causando inúmeros prejuízos aos produtores rurais. O Bancada Rural desse sábado, dia 16, debateu formas de combate à praga com especialistas no assunto. O programa contou com a presença do assessor da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Paulo Galerani, com o engenheiro agrônomo Ivan Wedekin, o repórter Sebastião Garcia e o analista financeiro Miguel Daoud.
O assessor da Embrapa destaca a que a partir de dezembro o programa Caravana Embrapa irá fazer parcerias com cooperativas para combater a lagarta em várias regiões do país.
– Vamos ter 27 pesquisadores que irão passar informações para essas cooperativas. Juntos, seremos multiplicadores de informações, de manejo integrado e tático para ter o controle dessa praga. A caravana vai começar em Roraima e vai passar por outras nove regiões, chegando até o Rio Grande do Sul – destaca o assessor.
Galerani destaca que a helicoverpa tem características bastante diferenciadas das outras pragas já conhecidas. Segundo o assessor, é preciso pensar em vários tipos de manejo para a lagarta.
– O manejo integrado de pragas iniciou nos anos 80 na Embrapa Soja, em Londrina. Só que era bem específica a pragas da cultura da soja. A helicoverpa atinge muitas culturas diferentes. Não dá para pensar num programa envolvendo a helicoverpa em um único tipo de manejo integrado, é preciso tratar num manejo territorial – reforça.
O repórter Sebastião Garcia salienta que o problema da lagarta não se resolve de uma hora para outra. Segundo ele, o produtor deve aplicar o manejo integrado.
– Não é de hoje que vem se falando do manejo. O produtor precisa entender isso, está na mão dele. O país conta com técnicos que podem ajudar, porém, o produtor é peça principal para haver mudança – salienta.
O analista financeiro Miguel Daoud diz que é importante orientar os produtores sobre o manejo e o controle biológico.
– Antes de pensar em safrinha, visando ganhar mais dinheiro com a soja, o produtor tem que ter consciência da importância desse combate. Além de custar muito, ainda vai levar tempo, e muito estudo para se descobrir uma forma harmoniosa de combate nas diversas lavouras que a helicoverpa vem atacando. O manejo é importante para que esse cenário não se repita no futuro – diz.
Galerani salienta que os produtores e as empresas de químicos já entenderam que o uso de insumos não é a melhor saída para essa praga. Ele destaca que em algumas áreas, não adianta a aplicação dos produtos, pois não foi feito monitoramento.
– Em muitos locais, os produtores estão aplicando sem orientação, às vezes, nem tem certeza se há a presença da lagarta. Estão fazendo isso devido ao terrorismo. Esse é o principal objetivo da nossa caravana, diminuir esse pânico e fazer monitoramento. Existem armadilhas capazes de descobrir a presença da lagarta em 24 horas – destaca.
No Brasil, já se tem 16 produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entre químicos e biológicos, que podem utilizados para o controle da praga.
– Esses produtos devem ser usados se for necessário. A Embrapa está fazendo testes para saber como esses produtos funcionam para o controle. Entre eles, o benzoato, que foi liberado recentemente, em caráter emergencial – diz.
O assessor da Embrapa destaca que a primeira medida a ser feita para eliminar a helicoverpa é estagnar o desenvolvimento da praga. Além de entender como fazer seu manejo.
– O manejo de pragas preconiza que o produtor vai conviver com a praga, num nível de dano que o produtor vai ter resultado econômico. Nós queremos mostrar os caminhos de como fazer o controle mais adequado daqui para frente – diz.
Galerani diz que é possível estagnar a praga ainda nessa safra.
– Se a gente começar o acompanhamento dessas lavouras, já podemos ter bons resultados. Estamos desenvolvendo na Embrapa o Arranjo de Pesquisa, que é um grupo de projetos já listados e que são necessários a curto, médio e longo prazo para que solucione definitivamente a questão da helicoverpa.
(Fonte: Canal Rural)