Publicada: 26/05/2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
O mercado da soja fechou a sessão regular desta sexta-feira (23) com ligeira queda na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa recuaram diante de uma semana de forte e expressivo avanço e depois de alcançarem, na última quinta-feira (22), os melhores patamares em 11 meses. A posição mais negociada nesse momento, o vencimento julho/14, terminou o dia com baixa de 3,25 pontos e cotado a US$ 15,15 por bushel.
"Essa alta da semana confirma a existência de uma solidez na demanda pelo produto norte-americano, com bastante força nesses últimos dias. Vendas novas, a China voltou a comprar e as notícias de washouts pararam de acontecer. Essa é a questão central para a safra velha. Temos um mercado muito sólido e ele não tem espaço para baixar muito porque a demanda já reativa e puxa os preços, novamente para cima, reforçando a tendência de alta para os preços pelo menos até agosto", explicou Flávio França, consultor em agronegócio.
A base de suporte para os preços da soja, portanto, segue sem alterações. O quadro fundamental ainda é bastante conhecido, porém, já conhecido pelo mercado e pelos investidores. Há uma latente força da demanda ainda presente entre os negócios frente à uma oferta bastante restrita nos Estados Unidos. Os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seus números de exportações semanais indicando uma situação de ajuste não só para a soja em grão, como também para farelo e óleo.
Além disso, o volume de negócios em Chicago é menor nesta sexta-feira. Na segunda (26), é feriado nos Estados Unidos, as bolsas não operam e, com o final de semana prolongado pela frente, os investidores optam por se manter mais na defensiva, à espera das novidades que o mercado receberá no início da próxima semana.
Paralelamente, confirmando essa continuidade da boa demanda mundial por soja, o USDA anunciou a venda de 120 mil toneladas para a China e mais 210 mil para destinos desconhecidos. Ambos os volumes serão entregues na safra 2014/15.
Apesar disso, no médio e longo prazo, as atenções do mercado já começam a se voltar para o desenvolvimento da nova safra de grãos dos Estados Unidos. Até o último domingo, ainda de acordo com o departamento norte-americano, 33% da área de soja já estava plantada. O número ficou ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 38%.
"Essa semana se mostrou favorável ao plantio da nova safra norte-americana. O plantio vai muito bem, as condições das lavouras são boas e, por isso, o spread entre os vencimentos julho/14 e novembro/14 voltou a aumentar, passando a ocupar a casa dos US$ 2,50 por bushel", explicou França.
Comercialização e Mercado Interno
Atualmente, já há, aproximadamente, cerca de 70% da safra brasileira 2013/14 vendida. Para os demais 30%, a orientação do consultor é de que o mercado se mantenha bastante atento ao andamento dos negócios, justamente por conta dessa firme tendência de alta para as cotações praticadas em Chicago.
"Os preços essa semana voltaram a subir bem essa semana e nós tivemos um grande volume de negócios. O produtor aproveitou essa nova puxada dos preços externos, entrou no mercado e houve muita venda. Os preços melhoraram entre R$ 1,50 e R$ 2,00 em relação à semana passada e nós tivemos uma boa participação dos produtores", completou França.
Segundo um levantamento da consultoria Safras & Mercado, entre os dias 15 e 22 de maio, o preço da saca da soja em Passo Fundo/RS subiu de R$ 68,00 para R$ 69,00; em Cascavel/PR, de R$ 67,00 para R$ 68,00; em Rondonópolis/MT, de R$ 60,50 para R$ 62,00; em Dourados/MS, de R$ 61,50 para R$ 63,00 e em Rio Verde, de R$ 62,00 para R$ 64,00.
Nos portos brasileiros, os preços também subiram consideravelmente e, em Paranaguá, a saca de soja chegou a bater nos R$ 74,00, registrando um dos melhores momentos da temporada.
Fonte: Notícias Agrícolas.