Publicada: 28/06/2019
sexta-feira, 28 de junho de 2019
Fonte: Setor de Comunicação
Na tarde da última quarta-feira, 19, a engenheira agrônoma e fitopatologista do Instituto Phytus, de Santa Maria, Dra. Mônica Debortoli esteve a convite do Departamento Técnico e da Basf realizando uma palestra sobre manejo de doenças.
Mônica enfatizou que nas últimas safras os produtores do Rio Grande do Sul vinham enfrentando um cenário ameno de pressão de ferrugem asiática. Entretanto, na safra 2018/19 em virtude da combinação de alguns fatores, a pressão da doença foi alta e superou as safras anteriores, causando danos em lavouras de todo Estado. “A ocorrência da ferrugem asiática em níveis mais elevados pode estar relacionada à manutenção de plantas voluntárias de soja no campo no período do inverno de 2018, fazendo que o inóculo da doença ficasse nestas áreas até os meses de setembro e outubro, situação que está se repetindo este ano. Essa condição, preocupa porque a manutenção de soja voluntária no campo pode ocasionar o início precoce da epidemia de ferrugem asiática na safra 2019/20. Se esse cenário de inverno ameno permanecer haverá uma condição favorável à ferrugem asiática, além de manchas foliares e de antracnose que estão presentes na palhada e nas sementes de soja”, alertou.
A fitopatologista destacou que na última safra o sucesso do programa fungicidas foi determinado pelo momento que as aplicações foram iniciadas: “Dados obtidos nessa safra indicam que a primeira aplicação foi responsável por 55,5% do incremento produtivo proporcionado pelo programa fungicida. De forma geral, na safra 2018/19, na grande maioria dos programas fungicidas avaliados, a primeira aplicação foi determinate para o sucesso do controle das doenças e proteção do potencial produtivo da soja”, esclareceu.
Ela lembrou ainda que outro resultado bastante relevante dessa safra foi a necessidade vital da associação de multissítios e/ou reforços aos fungicidas sistêmicos. “A adição de multissítios aumentou a eficácia de controle da ferrugem asiática, na faixa de 15 a 20%, com incrementos produtivos que variam de 0,4 a 10,5 sc/ha, sendo fundamental frente aos problemas crescentes de perda de sensibilidade dos fungicidas sistêmicos e a crescente pressão de ferrugem da soja.
Mônica encerra dizendo que frente a evolução dos problemas fitossanitários, é fundamental o posicionamento seguro dos fungicidas, utilizando a rotação de ingredientes ativos, associando fungicidas multissítios, preconizando intervalos de no máximo 18 dias entre as aplicações e com a primeira aplicação em momento que as gotas ainda possam ser depositadas nas folhas do terço inferior da planta de soja, preferencialmente em estádio vegetativo visando o manejo do complexo de doenças.
Assista aqui a entrevista concedida ao jornalista Roger Nicolini.