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Publicada: 20/01/2022

Presidente da Cotriel participa de reunião com o Governo do Estado para discutir medidas contra a estiagem

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Fonte: Setor de Comunicação e Ascom Clair Kuhn

Na manhã desta quarta-feira, 19 de janeiro, o presidente da Cotriel, Leocezar Nicolini esteve representando a Cotriel e a Fecoagro em uma reunião com o Governo do Estado. Ao lado do vice-presidente da Cotribá, Enio Nascimento, do prefeito de Quinze de Novembro, Gustavo Stolte, do deputado estadual do MDB, Clair Kuhn, juntamente com demais lideranças das regiões Alto Jacuí e Alto da Serra do Botucaraí, estiveram reunidos com o Chefe da Casa Civil, Artur Lemos Junior e o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, a fim de entregar números que relatam as perdas nas lavouras de soja e milho e na atividade leiteira que ultrapassam os 90% nas lavouras de milho e mais de 60% na cultura da soja, sendo que no leite, além de prejudicar a rentabilidade do produtor, também a exemplo das demais pode afetar a arrecadação de impostos dos municípios.

O presidente Leocezar enfatizou em sua manifestação que o estudo realizado de forma cooperativa, tem  dados, propostas e sugestões para manter a viabilidade das propriedades, fazendo com que o produtor possa gerar renda e, consequentemente, desenvolver a economia local.  “Como cooperativa, estamos aqui representando nossos associados e os produtores em geral que estão sofrendo com a falta de chuva. Por isso,  entendemos ser imprescindível a liberação de recursos emergenciais para financiar a aquisição de alimentos aos animais, disponibilizar recursos para implantação de novas culturas para alimentação animal, subsídios para a aquisição de sementes de milho; e posteriormente, recursos para implantação de irrigação e soluções para as dívidas dos pequenos produtores. No documento que apresentamos, procuramos sugerir alternativas reais e de resultado rápido, para os produtores de leite das regiões citadas manterem as suas famílias na atividade rural, os seus animais produzindo, gerando impostos e girando o comércio dos municípios.

Fotos: Ascom Clair Kuhn

TEOR DO DOCUMENTO ENTREGUE AO GOVERNO DO RS

Estudo sobre a estiagem e situação atual da bacia leiteira e pecuária no Alto Jacuí e Alto da Serra do Botucaraí

 

No gráfico abaixo podemos ver o comparativo do registro das chuvas em 4 estações meteorológicas, que demostram que as regiões do Alto Jacuí e do Alto da Serra do Botucaraí são as mais impactadas pelas baixas precipitações.

Na atividade leiteira das regiões do Alto Jacuí e Botucaraí, o longo período de estiagem está assolando e causando severos danos nas suas respectivas economias, com profundos reflexos sobretudo na bacia leiteira. A falta de chuvas comprometeu a formação de pastagens, que não se estabeleceram após a semeadura ou não se desenvolveram e a produção de silagem de milho, que se constitui na principal fonte de alimentos conservados destinados à produção de leite. As lavouras de milho destinadas à produção de silagem tiveram uma perda superior a 80% do volume potencial e o que foi possível colher para silagem tem uma qualidade muito abaixo do ideal.

O impacto destas perdas tem reflexo financeiro no curto, médio e longo prazo, haja vista que a silagem é utilizada na alimentação de forma imediata e também como reserva para ser utilizada durante todo o ano.

As consequências da carência de nutrientes na dieta dos animais trarão ainda outros impactos nos rebanhos. Animais mal nutridos terão dificuldades em relação à reprodução, atrasos na manifestação do cio com dificuldade para emprenhar e consequente aumento no intervalo entre partos, o que significa uma lactação mais longa com uma menor média diária de produção, e uma menor produção ao longo da vida útil destas vacas.

As perdas com um ciclo reprodutivo também se refletem a longo prazo, pois teremos um menor número de animais nascidos o que significa menos fêmeas para reposição ou crescimento do rebanho.

Como consequências mais graves, já nos deparamos com alguns casos de mortalidade de animais, e, inclusive, o abandono de produtores da atividade leiteira, causando o êxodo rural.

Para amenizar a situação e tentar diminuir as perdas na produção dos animais o produtor terá que buscar formas alternativas de alimentação para os animais, aumentando os custos de produção. E como se não bastasse toda esta crise hídrica, o produtor tem que conviver com a alta dos preços das matérias primas que compõem as rações para os animais.

As alternativas para solucionar os problemas com a alimentação variam de produtor a produtor. Por exemplo, para aqueles que não conseguiram fazer silagem este ano, tem a possibilidade de aquisição de silagem no mercado, em forma de bags (bolas).

Já os produtores que conseguiram fazer silagem, porém em menor quantidade e de baixa qualidade, terão que aumentar a suplementação de alimentos no cocho, como ração, farelos e outros coprodutos disponíveis no mercado, como forma de compensar a falta de nutrientes nestas silagens e nas próprias pastagens naturais e da época.

E ainda, assim que as chuvas retornarem, se fará necessário o plantio de forrageiras para a formação de pastagens de verão para compensar o vazio forrageiro que se instalou em função da seca e o plantio de forragens para fazer silagem de safrinha.

No início do outono, o plantio precoce de pastagens de inverno será uma grande fonte de nutrientes e em seguida o plantio de variedades de grãos forrageiros de inverno para fazer silagem no intuito de repor as reservas consumidas no verão.

Entendemos que sejam necessários recursos para financiar a compra de alimento para os animais, para atravessar esse período de dificuldades imposto pela falta de chuvas como forma de garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite em nossa região. Se nada for feito, estima-se que o impacto na redução da produção leiteira na região será de pelo menos doze meses, com redução superior à 50% em relação ao volume total de leite previsto para este período.

Além das perdas diretas na produção, podemos considerar perdas em toda a cadeia produtiva do leite como: fornecimento de insumos, alimentos, medicamentos para os animais, transporte do leite, indústria, empregos diretos e indiretos serão perdidos, causando um grande impacto em toda a economia regional e estadual.

Como exemplo, podemos citar o valor do ICMS adicionado pela indústria da CCGL, pertencente a um grupo de cooperativas, que no ano de 2020 foi de R$ 161.969.165,00.

Infelizmente, em função da redução na produção, sofrerá forte redução neste ano de 2022, com impacto em sobre a receita futura dos municípios.

Abaixo apresentamos quadro com os principais dados da produção de leite da região.

Município

Vacas ordenhadas

Produção de leite – l/ano

Ibirubá

7.586

48.271.000

Quinze de Novembro

4.785

40.955.000

Fortaleza dos Valos

2.818

16.792.000

Boa Vista do Incra

2.518

8.631.000

Saldanha Marinho

1.853

13.031.000

Santa Bárbara do Sul

1.944

6.613.000

Cruz Alta

1.710

7.354.000

Selbach

3.371

26.376.000

Tapera

1.312

6.735.000

Espumoso

3.577

15.342.000

Alto Alegre

1.825

9.299.000

Campos Borges

1.190

4.454.000

Estrela Velha

2.500

5.268.000

Jacuizinho

1.027

3.594.000

Salto do Jacuí

2.541

9.273.000

Sobradinho

1.600

2.500.000

Lagoa dos Três Cantos

1.094

6.342.000

Victor Graeff

3.324

15.914.000

TOTAL

44.057

246.744.000

Fonte: IBGE Cidades

  1. Produção mensal de leite: 20.562.000 litros
  2. Faturamento anual: R$ 493.488.000,00 (R$ 2,00/l – média CCGL)
  3. Faturamento mensal: R$ 41.124.000
  4. Perdas estimadas de Dezembro a Junho: 50% no volume total: R$ 123.372.000

AÇÕES NECESSÁRIAS PARA AUXÍLIO AOS PRODUTORES DE LEITE DA REGIÃO DO ALTO JACUÍ E ALTO DA SERRA DO BOTUCARAÍ

 

  1. MEDIDAS URGENTÍSSIMAS:  Liberação de recursos de forma emergencial para financiar a aquisição de alimentos para os animais, através de projetos eficientes nos Bancos Públicos (Banrisul, BNDES, Badesul) e privados.

 

  1. Recursos para financiar a aquisição de alimentos para os animais
    • Silagem em bags (bolas)
    • Rações, concentrados e coprodutos para o período mínimo de 6 meses;

Valor necessário por vaca: R$ 4.230,00 para o período de 6 meses

Alimentação diária:

  •  4 kg de ração/concentrado (R$ 2,50/Kg): R$ 10,00
  • 30 Kg de silagem (R$ 0,45/Kg): R$ 13,50
  1. Recursos para implantação de novas culturas para alimentação animal
    • Sementes de forrageiras
    • Sementes de milho para silagem
    • Fertilizantes
    • Defensivos

Valor necessário para a implantação de 1 ha de pastagem:

Insumo

Valor

Capim Sudão

Sementes (20 kg kg/ha)

R$      145,00

Adubo 05-20-20 (250 kg)

R$   1.050,00

Ureia plus (200 kg)

R$   1.040,00

Glifosato (2,5 l)

R$      135,00

2,4 D (1,5 l)

R$        40,00

Select (0,5 l)

R$        40,00

Finale (2,0 l)

R$      190,00

Atrazina (3 l)

R$        80,00

Total

R$   2.720,00

Aveia

SEMENTE(90 kg kg/HÁ)

 R$      270,00

Adubo 05-20-20 (200 kg)

 R$      840,00

 

 

Ureia plus (120 kg)

 R$      520,00

Glifosato (2,5 lt)

 R$      135,00

2,4 D (1,5 lt)

 R$        40,00

Select (0,5 lt)

 R$        40,00

Ally

 R$           5,00

 

 R$   1.850,00

Valor necessário para a implantação de 1 ha de silagem:

Insumo

Valor

Semente (1,2 sc/ha)

R$   860,00

Adubo 05-20-20 (350 kg)

R$ 1.470,00

Ureia plus (300 kg)

R$ 1.560,00

Glifosato (2,5 l)

R$   135,00

2,4 D (1,5 l)

R$     60,00

Select (0,5 l)

R$     40,00

Finale (2,0 l)

R$   190,00

Primatop (5,0 l)

R$   150,00

Total

R$ 4.465,00

 

Insumo

Valor

Trigo

SEMENTE(110 kg/HÁ)

 R$      420,00

Adubo 05-20-20 (200 kg)

 R$      840,00

Ureia plus (120 kg)

 R$      780,00

Glifosato (2,5 lt)

 R$      135,00

2,4 D (1,5 lt)

 R$        60,00

Select (0,5 lt)

 R$        40,00

Ally

 R$           5,00

total

 R$   2.280,00

  1. Condições para ressarcimento dos valores
    • Carência de no mínimo 12 meses
    • Pagamento em 5 anos com parcelas mensais

 

  1. Forma de liberação
    • Projeto técnico por propriedade

 

  1. Valor estimado para o auxílio emergencial
    • Aquisição de alimentos: R$ 186.361.110,00
    • Formação de pastagens (4.200 ha):R$ 11.424.000
    • Formação de silagem: (6.300 ha): R$ 28.129.500
    • Formação de pastagem de inverno: (10.000 ha): R$ 18.500.000,00
    • Formação de silagem de inverno: (5.000 ha): R$ 11.400.000,00
    • TOTAL DE RECURSOS: R$ 255.814.610

 

  1. Milho CONAB: subsídio para aquisição pelos pequenos produtores através das cooperativas

 

  1. Subsídio para o programa troca-troca de sementes

 

  1. MEDIDAS DE CURTO E MÉDIO PRAZO

 

  1. Recursos para investimento em sistema de irrigação para os produtores de leite

 

  1. Solução para as dívidas dos pequenos produtores
    • Prorrogação sem sobreposição de parcelas
    • Rebate no valor total da dívida para pagamento parcelado