Publicada: 25/01/2013
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
O mercado sentiu a pressão de um movimento de realização de lucros e ainda da previsão de chuvas para importantes regiões produtoras de soja na Argentina. Durante todo o pregão, os futuros da oleaginosa trabalharam com perdas de mais de 10 pontos nos principais vencimentos, porém, os contratos reduziram as perdas e terminaram o dia recuando pouco mais de dois pontos.
Essa volatilidade do mercado se dá, segundo explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, por conta das incertezas sobre o impacto das condições climáticas na produção da América do Sul. De acordo com o analista, os negócios se movimentam a cada divulgação de um novo mapa climático.
O mercado internacional de grãos está com seu foco quase que completamente voltado para o clima na América do Sul. A falta de chuvas no Sul do Brasil e também na Argentina já começam a preocupar já que, mais adiante, poderiam resultar em perdas para a produção de soja em tempos de estoques mundiais extremamente apertados. Neste momento, a única oferta disponível no mercado é a norte-americana, a qual foi menor do que o esperado inicialmente em função de uma das piores secas dos Estados Unidos.
Por outro lado, o mercado ainda encontra uma forte sustentação na demanda, a qual ainda se mostra bastante firme e aquecida. Esse fator, portanto, limita o potencial de baixa do mercado no caso de uma melhora climática na América do Sul. Nesta quinta (24), o O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 510 mil toneladas de soja para a China com entrega para a safra 2013/14.
"Quanto a demanda, o mercado sabe que ela continuará fortíssima. A questao não é necessariamente SE continuará, mas PARA ONDE vai esta demanda. O mercado nos EUA precisa racionar demanda e mandar toda a demanda para a América do Sul nos próximos meses. Esta é a tarefa que procura hoje aqui, e por isso o mercado não pode ser vendido com muita certeza. Pois se é vendido muito forte, atrairá nova demanda para a soja norte-americana, o que complicará muita coisa. É importante dizer que se não fosse a expectativa de uma enorme safra na América do Sul, tenha certeza de que os preços da soja estariam bem mais altos hoje, provavelmente ainda acima de US$16 ou US$17", concluiu Dejneka.
(Fonte: Notícias Agrícolas)