Publicada: 26/01/2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Até fevereiro de 2016, serão construídos 600 bancos comunitários de sementes crioulas no Semiárido com o objetivo de beneficiar pelo menos 12 mil famílias de agricultores que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Na ação, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai investir quase R$ 21 milhões.
Com os bancos comunitários, os agricultores familiares terão acesso a sementes de qualidade (crioulas, adaptadas e varietais). A expectativa é ampliar a produção de alimentos que garantam a segurança alimentar e nutricional das famílias que já têm acesso à água por meio do Programa Cisternas.
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos, afirma que a medida faz parte de um conjunto de ações para incluir produtivamente as famílias pobres da área rural. “Este projeto vai ajudar a enfrentar um grande desafio no Semiárido que é a implantação de sistemas produtivos que convivam melhor com a realidade da região. A produção e a disponibilização de sementes e mudas adaptadas vão contribuir muito para isso”, disse.
Para a implantação dos bancos, o MDS firmou parceria com a Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido (AP1MC). O termo foi publicado nessa terça-feira (20), no Diário Oficial da União (DOU).
A entidade vai ser responsável pelo planejamento, identificação e seleção dos beneficiários e prospecção, definição e estruturação dos locais de implantaç ão dos bancos de sementes. Além disso, vai realizar ações de mobilização e de capacitação e garantir assistência técnica às famílias.
Saiba mais
Banco Comunitário de Sementes é a estrutura e o conjunto de ações capazes de promover o resgate, a seleção, a multiplicação e o armazenamento de sementes crioulas, assim como promover a multiplicação de sementes varietais.
O acesso às sementes crioulas e a variedades adaptadas às condições locais de produção é crucial para que os agricultores familiares possam ampliar sua produção e resistir às adversidades, como a estiagem.
Os recursos que o MDS vai repassar podem ser utilizados para:
- Custeio das atividades do projeto;
- Despesas administrativas como internet, transporte, aluguel, telefone, luz, água e outras similares;
- Despesas com contratação de profissionais;
- Despesas com elaboração e impressão de materiais didáticos e informativos;
- Insumos diversos utilizados na produção de sementes e grãos;
- Equipamentos, mobiliários e utensílios necessários à estruturação dos Bancos Comunitários de Sementes e eventuais adequações de infraestrutura para recepcioná-los e;
- Máquinas de pequeno porte destinadas à limpeza e classificação de sementes.
Para constituir um arranjo que fortaleça o resgate, a multiplicação e ampliação do acesso às sementes crioulas e variedades, necessário identificar e organizar dois grupos de beneficiários:
- Famílias multiplicadoras – agricultores e agricultoras que atuam no resgate, conservação e multiplicação de sementes.
- Famílias produtoras – agricultores e agricultoras que desenvolvem lavouras de produção de grãos e demais espécies alimentares e forrageiras.
Portanto, há uma parcela de beneficiários com atuação mais intensa no âmbito do projeto (famílias multiplicadoras), a partir dos quais se espera irradiar não só as boas práticas relacionadas à produção de sementes, mas também parte de sua produção, seja para compor os estoques dos bancos comunitários, seja para alcançar os demais beneficiários do projeto (famílias produtoras).
(FONTE: Agrolink)