Publicada: 09/04/2020
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Fonte: Setor de Comunicação
O médico veterinário da Sede, Felício Camargo, enfatizou que um bom manejo reprodutivo pode proporcionar bons resultados ao gado de leite, mesmo em um momento em que se tem uma escassez de pastagem e silagem, devido ao grande período sem chuva nos últimos três meses: “O alimento está raro e isso vira uma bola de neve, mas não podemos deixar tudo desandar. Por isso é importante fazer um controle reprodutivo a fim de conseguir detectar se tem vacas vazias na propriedade, uma vez que estas, devido à esta condição, podem ocasionar um problema na propriedade. Não é momento de economizar em reprodução, controle ou vacinação, sendo fundamental deixar a propriedade preparada para quando as coisas se normalizarem em termos de pastagem e chuvas, o gado estar bem”, ressalta.
Sobre a Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF, Felício lembrou que é uma ferramenta importante para corrigir a falta de prenhez das vacas, uma vez que cada animal tem um ciclo diferente no seu cio por não estar adequadas ao rebanho ou por estresse, o que atrasa o ciclo e pode comprometer a vida útil do animal: “ A IATF ajuda muito neste processo, pois estabelece o número de animais vazios que se enquadram neste protocolo e no final dos 11 dias de manejo é possível inseminar o animal sem observar cio e os resultados tem sido bons, pois temos observado que algumas propriedades tem obtido até 70, 80% de prenhez, sendo que as demais que não emprenham normalizam o ciclo e passam a ficar mais saudáveis”, afirma.
O veterinário diz que a vaca estressada sempre vai ter problemas, sendo preciso ter mais cuidado na alimentação: “Devido à esta época não termos pastagem e silagem, está sendo necessário alimentar os animais com resíduo, o que não é a melhor opção, o que está ocasionando problemas como cisto e retenção de placenta no pós-parto. A utilização do ultrassom e de outras ferramentas se justifica, uma vez que é necessário tomar uma decisão, pois quanto mais se adia a solução de um problema reprodutivo, mais caro ele te custa”, salienta
Felício ainda destacou que um animal que esteja com uma boa curva de reprodução influirá diretamente na produção de leite: Após dar cria, a vaca atinge o pico de produção em 60 dias pós-parto. Depois deste tempo, esta curva começa a cair de forma irreversível, mesmo se utilizando de alguns medicamentos. Então, as vacas precisam produzir terneiros no ciclo certo, a cada 12 meses, para ter uma boa saúde e produtividade do leite, ou seja, assim o produtor tem a propriedade na mão”, revela.
Por fim, o médico veterinário reforça que, independente do tamanho, o manejo reprodutivo se justifica pela questão econômica: “O produtor que tem 10 vacas e tem um que está vazio ou com retenção de placenta por exemplo, são 10% do seu rebanho. Já a relação de quem tem 100 animais, este 1% com problema é um animal, ou seja, cada animal é fundamental para a propriedade, independente do seu tamanho, sendo que a pequena propriedade precisa ter mais atenção quanto à este problema”, encerra.
Assista aqui a entrevista completa.