Publicada: 20/10/2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
A falta de chuvas no Centro-Oeste, que paralisou o plantio de soja nos últimos dias e que tende a adiar também o início da colheita, interrompeu as negociações do grão para entrega no mês de janeiro, tipicamente um período de grande demanda.
Nos últimos anos, muitos produtores vêm aumentando o uso de sementes de soja precoce, plantadas nos primeiros momentos da temporada, de olho na comercialização do produto ainda em janeiro, antes da entrada da grande oferta de fevereiro e março pressionar sazonalmente os preços.
O Estado de Mato Grosso, por exemplo, terminou janeiro deste ano --na largada da colheita 2013/14-- com 10,6 por cento das lavouras colhidas. No entanto, especialistas dizem que a situação não deverá se repetir em janeiro de 2015.
Em diversas regiões do Centro-Oeste não chove de maneira consistente desde o início de outubro. central, permitindo a retomada do plantio.
A Aprosoja, associação que reúne sojicultores de Mato Grosso, disse na quarta-feira que o plantio no Estado está paralisado, o que irá reduzir a janela ideal de clima para o desenvolvimento da cultura e postergar a colheita, com riscos para o potencial da safra.
"A maior preocupação é do mercado, no momento. Praticamente não vai ter soja em janeiro", ressaltou a analista da consultoria AgRural Daniele Siqueira.
Segundo ela, este é um dos fatores --junto com uma elevação dos preços na bolsa de Chicago nos últimos dias-- para a alta registrada nos preços ofertados pelas indústrias desde o início do mês.
Na região de Sorriso (MT), compradores ofereceram na quarta-feira 17 dólares por saca de soja com entrega em fevereiro, contra 16 dólares oferecidos em 1º de outubro, segundo levantamento da AgRural. Não há medição de preços específica para negócios com entrega em janeiro.
Apesar da elevação dos preços, o fechamento de contratos tem sido muito pequeno, dizem analistas e agentes do mercado.
"A realização de negócio (para entrega em janeiro) é extremamente rara. O pessoal não tem feito nenhuma operação, porque não tem visto possibilidade de garantia de entrega. Quebra de contrato acarreta multa", destacou o analista Aedson Pereira, da Informa Economics FNP.
(Fonte: Cotrijuc)