Publicada: 21/10/2025
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Fonte: Setor de Comunicação
A temporada de plantio das culturas de inverno em Campos Borges começou marcada por condições climáticas extremas. Segundo o técnico agrícola da Unidade da Cotriel, Jorge Rodrigues Leitão, as intensas chuvas do início de junho — que chegaram a acumular cerca de 300 mm logo após o plantio — trouxeram dificuldades para a emergência inicial do trigo e influenciaram na eficiência da adubação, especialmente de nutrientes solúveis como Potássio e Nitrogênio.
Apesar dos desafios, o desenvolvimento do trigo é considerado bom. “Foi um ano favorável para a cultura, com expectativa de uma safra média para boa”, avalia Leitão. Ele salienta, porém, que o potencial produtivo poderia ser maior caso houvesse melhores condições de investimento. A restrição no acesso ao crédito rural, fez com que muitos produtores bancassem as lavouras de trigo por conta própria, reduzindo aplicações tecnológicas e insumos em algumas áreas.
Além disso, os atuais patamares de preço do trigo contribuíram para a cautela na destinação de recursos, o que pode comprometer parte da produtividade final. Ainda assim, o controle de doenças foi considerado manejável neste ano, graças ao clima favorável e à ausência de pressão elevada de patógenos. Apenas algumas áreas de trigo sobre trigo apresentaram incidência de manchas e oídio, situações que foram contornadas com manejo adequado.
A adubação nitrogenada, passo fundamental para o desempenho do trigo, teve bons resultados na maior parte das lavouras, beneficiada pela umidade disponível, ainda que poucos casos pontuais de má absorção tenham sido observados.
Quanto ao milho, a área comercial segue reduzida na região, mas as lavouras implantadas tiveram excelente germinação, impulsionadas pelas boas condições climáticas no momento do plantio. Os produtores estão atentos ao monitoramento de pragas, iniciando o manejo preventivo.
Com relação à soja, o técnico ressalta que a expectativa é que o plantio se concentre a partir de novembro, com algumas áreas já preparadas para o início nos próximos dez dias. Ler o passado recente de estiagens levou à diminuição do uso de variedades de ciclo muito rápido, priorizando cultivares mais adaptadas a períodos irregulares de chuva.
Jorge encerra lembrando que o preparo do solo também tem recebido atenção redobrada, especialmente no combate a invasoras de difícil controle pós-emergência, como a buva, e na prevenção do caruru. Leitão destaca a recomendação do uso de pré-emergentes nessa fase, garantindo à soja uma emergência limpa e segura, fundamental para o bom início da safra.
Confira aqui a entrevista.