Publicada: 24/10/2025
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Fonte: Setor de Comunicação
O Técnico Agrícola da Unidade de Tunas, Maurício Jung, destacou que as culturas de inverno vêm se desenvolvendo muito bem na região. Mesmo com o menor investimento por parte dos produtores, o clima tem colaborado de forma decisiva, especialmente com o frio mais tardio, que beneficiou o trigo e proporcionou lavouras sadias e com baixa incidência de doenças.
“Essa safra está sendo bem diferente de outras, em que tivemos grande ocorrência de oídio. Neste ano, a pressão da doença foi baixa e o trigo está se desenvolvendo muito bem”, explicou Maurício. Ele pondera, no entanto, que o baixo uso de tecnologia e insumos, consequência da descapitalização dos produtores, deve limitar as produtividades.
As lavouras apresentam aspecto visual muito bonito, e há expectativa para verificar, na colheita, se essa aparência se confirmará em bons rendimentos. Muitos produtores optaram por aproveitar a fertilidade natural do solo, realizando apenas adubação nitrogenada, o que reduz custos, mas também pode influenciar nos resultados finais.
Outro destaque importante da safra é a canola, que vem surpreendendo positivamente na região. “Temos áreas muito bonitas, mesmo após as chuvas torrenciais do início do ciclo, que dificultaram a implantação da cultura. Acreditamos que, nos próximos anos, o plantio de canola vai aumentar”, afirmou o técnico.
Com o produtor mais cauteloso e o acesso ao crédito mais restrito, a Cooperativa tem atuado como parceira, auxiliando na manutenção das lavouras e na orientação técnica. Para o plantio de verão, a expectativa é de adubações mais modestas, mas ainda assim realizadas de forma planejada.
A semeadura deve começar na próxima semana, com um pequeno atraso em relação a anos anteriores, devido às condições climáticas e às previsões de chuvas concentradas para o início de janeiro. O pico do plantio está previsto entre 5 e 20 de novembro, quando as primeiras áreas de trigo devem ser colhidas e os campos de pousio e pastagem estarão prontos para receber as novas culturas.
Segundo Maurício, a orientação aos associados neste momento é fundamental, especialmente quanto à dessecação, ao uso de pré-emergentes — devido à presença de plantas daninhas resistentes — e à troca de cultivares, quando necessária.
Ele destaca ainda que o perfil das cultivares também mudou nos últimos anos. “Hoje, praticamente todas são de ciclo médio a longo. Isso vem da experiência com estiagens e variações climáticas, que levaram o produtor a buscar mais segurança”, explicou.
Mesmo com os desafios financeiros e as incertezas do mercado, o técnico reforça o otimismo com a safra. “O importante é que o clima vem ajudando, e isso já é um grande passo. Estamos confiantes de que teremos uma boa resposta nas colheitas que vêm pela frente.”
Confira aqui a entrevista completa.