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Publicada: 03/10/2012

Com mercado técnico, recuo da soja vai além do esperado

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O cenário ainda é o mesmo no mercado internacional. Os fundos seguem liquidando suas posições vendidas diante de uma sazonal pressão vinda do avanço da colheita nos Estados Unidos. O último relatório de acompanhamento de safra divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou que 41% da colheita da safra 12/13 já está concluída, ficando bem a frente dos índices registrados no ano passado quando, neste mesmo período, os trabalhos estavam em 15%.

"Até agora é recorde de colheita nos Estados Unidos. Só na semana passada, foram 13,5 milhões de toneladas de soja derramadas no mercado. Com isso, há uma pressão da colheita sendo fortemente exercida sobre Chicago", diz Daniel D'Ávilla, analista de mercado da New Edge. 

Para Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, o mercado está bastante nervoso e essa pressão do avanço da colheita acabou surpreendendo, já que está sendo muito maior do que o esperado. Entretanto, como explicou, por outro lado esse é o movimento "normal" do mercado diante de fundos com posições tão compradas como o momento atual. E os fundos continuam vendendo, liquidando suas posições e, como disse o analista, "venda atrai venda". 

Além do avanço da colheita, relatos de que a produtividade das lavouras de soja nos Estados Unidos estaria sendo melhor do que o esperado por conta das chuvas relatadas no final de agosto também acabam pesando sobre as cotações em Chicago. 

Paralelamente, D'Ávilla atribui esse forte recuo também a um feriado de uma semana na China que acaba, mesmo pontualmente, deixando o mercado mais enfraquecido com a nação asiática fora do mercado e também a espera de alguns relatórios de consultorias privadas sobre a safra dos EUA. 

O analista afirma, porém, que essa baixa não se trata de uma tendência e apresenta apenas um movimento momentâneo do mercado. Isso acontece pois os fundamentos ainda são bastante positivos por conta de estoques ajustados, oferta restrita e uma demanda que continua ainda muito firme. 

Pedro Dejneka ratifica este cenário e afirma que as vendas vistas nos últimos dias são "puramente técnicas" já que o quadro fundamental não justifica a intensidade das baixas das últimas sessões. "O mercado está muito nervoso e, às vezes, a emoção acaba tomando o lugar da razão", finalizou. 

O analista acredita que as cotações podem voltar a subir em função, principalmente da demanda - que deverá aproveitar as recentes quedas dos preços -, porém, ainda não é possível precisar quando isso deve acontecer. No curto prazo, entretanto, a pressão deve continuar.
(Fonte:Notícias Agrícolas)