Publicada: 26/05/2015
terça-feira, 26 de maio de 2015
Visando conhecer a qualidade da soja produzida no Rio Grande do Sul e propor as melhorias necessárias, cooperativas e cerealistas do Estado estão participando desde 2014 do projeto Qualigrãos, que conta com a coordenação da Embrapa Soja.
Segundo explica o líder de equipe técnica de sementes e grãos da Embrapa, Irineu Lorini, o projeto, que tem a colaboração, no RS, das cooperativas Cotriel, de Espumoso, Cotripal, de Panambi e Cotrijal, de Não-me-Toque, consiste na avaliação do padrão comercial dos grãos, do dano mecânico causado pelas colheitadeiras, da identificação da presença de pragas nos grãos armazenados, na contaminação por fungos, na mistura genética das variedades, do teor de proteína e óleo do grão, da acidez do óleo, teor de clorofila, qualidade sensorial e qualidade fisiológica.
A coleta de amostras está sendo feita nesta safra e persistirá por mais três anos, para aferir indicadores sobre a soja que veio da lavoura e poder compreender possíveis problemas que possam ser registrados durante a armazenagem.
Sobre a relevância do trabalho, Lorini pontuou que é o primeiro passo para que os estudos se antecipem à uma futura segregação da soja, como já feito com o trigo: “A cada dia que passa, o mercado fica mais exigente, pois quer soja com qualidade e padrão necessários para fazer produtos para países que pagam por um grão diferenciado. Evidente que é importante que a busca da melhoria genética esteja focada na produtividade, mas não muito em breve esta não será a principal questão, pois os importadores irão exigir outros parâmetros do grão”, lembrou o pesquisador.
Na Cotriel, segundo dados do setor de grãos, a soja representa 85% de todo o produto que está armazenado. No Rio Grande do Sul, a produção na safra passada foi de 15,2 milhões de toneladas, que foram plantados em uma área total de 5,2 milhões de hectares, segundo dados da Emater. Em nível de Brasil, 45% do produto que é transportado no País é da oleaginosa, que corresponde a 27% das exportações do Brasil, sendo que a maior compradora mundial é a China, o que coloca o Brasil como segundo maior exportador mundial do produto, somente atrás dos Estados Unidos.
Na área da Cotriel, a produtividade da soja fechou na safra 2014/2015 com média geral de 56 sacas por hectare, 12% a mais do que no ano passado.
A Embrapa Soja, sediada em Londrina, Paraná, que este ano completa 40 anos, é uma das 47 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Brasil. Possui 34 laboratórios, 34 casas de vegetação, uma fazenda de 121 hectares, contando com um corpo de quase 70 pesquisadores que trabalham no desenvolvimento de cultivares adaptadas a regiões de baixas latitudes, o controle biológico de pragas, as técnicas de manejo e conservação do solo, entre outras.