novidades

noticias

Publicada: 09/05/2014

Debate e práticas agroecológicas avançam no Noroeste gaúcho

sexta-feira, 9 de maio de 2014

 De acordo com o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar em Produção Vegetal, Gilmar Francisco Vione, “a jornada busca alicerçar o conhecimento sobre Agroecologia para que os extensionistas promovam a mudança com os agricultores”. No nivelamento conceitual entre técnicos, receberam destaque temas como sistemas, ecossistemas e agroecossistemas; solos; manejo ecológico; princípios de proteção de plantas; princípios de fisiologia e nutrição; e sucessão ecológica. O evento contou com o apoio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem).

O professor Dr. José Geraldo Wizniewsky, da UFSM, que abordou os sistemas agroecológicos de forma geral, buscou estimular a reflexão sobre o conceito de Agroecologia, proporcionado uma discussão sobre a sustentabilidade dos agroecossistemas e a ação dos extensionistas, no sentido de buscar relações dos agricultores com estes ambientes, na construção de um equilíbrio ambiental, social e econômico.

O professor Claudinei Schmidt, do curso de Agronomia da Setrem, enfatizou que o mercado demanda cada vez mais a produção orgânica, em um contexto em que o consumidor está preocupado com a contaminação dos alimentos; os segmentos de mercado estão ávidos por produtos agrícolas diferenciados; tem se buscado, cada vez mais, alimentos produzidos sem uso de agroquímicos; e necessidade de selos informando que os agroquímicos foram produzidos organicamente. “Neste contexto, o produtor gasta menos e se contamina menos, além de respeitar o consumidor”, destacou o professor. Para tanto, a proteção de plantas com manejo agroecológico é uma ferramenta muito importante.


Agroecologia na prática
O conhecimento teórico foi alicerce para as visitas realizadas a duas propriedades em transição agroecológica, no município de Porto Vera Cruz. Os jovens Djavan Kretscmer e Grazieli Horn dão exemplo quando se trata de busca de conhecimento e produção de alimentos com qualidade. Parte dos produtos produzidos pelos jovens agricultores deve receber, ainda neste ano, certificado de produção orgânica.

Para Grazieli, que já morou e trabalhou na cidade, voltar para o meio rural e produzir alimentos livres de veneno é motivo de orgulho. “Fiquei muitos anos em Farroupilha, onde trabalhava como vendedora. A partir do incentivo dos meus pais, retornei e, quando chegou o momento da decisão, compramos nosso pedacinho de terra. E hoje estamos felizes em produzir alimentos que todas as famílias podem consumir com tranquilidade”, relatou.

O produtor Noli Claudemir Barkes mostra com satisfação o sistema agroflorestal com citros e produção diversificada de sua propriedade. Ele e sua esposa, Senaile Girotto Barkes, após morarem por mais de 20 anos na Região Metropolitana, optaram por mais qualidade de vida e foram trabalhar na agricultura. Parte dos produtos de sua propriedade também poderá ser consumida pela comunidade, com a garantia da certificação orgânica.

A adoção de sistemas mais sustentáveis, com menor uso de agroquímicos, permeia as ações da Emater/RS-Ascar, com foco na permanência da família no meio rural, com qualidade de vida, e na saúde da população.
FONTE: Emater/RS-Ascar