Publicada: 14/05/2013
terça-feira, 14 de maio de 2013
A redução de custo de manejo e a introdução de novas tecnologias são desafios constantes para a manutenção do homem do campo. O Estado é referência em inovação e pesquisa que são desenvolvidas por empresas e instituições de ensino para ampliar a produtividade da lavoura. Nesse sentido, em Cruz Alta, uma unidade que é braço da Cooperativa Central Gaúcha de Laticínios (CCGL) desenvolve sementes que vão ajudar o agricultor a vencer pragas e a colher mais.
O engenheiro agrônomo Cleiton Steckling atua no melhoramento de sementes desde 2000. Ele conta que, para desenvolver uma variedade, que possa ser usada comercialmente, chega-se a trabalhar cerca de 10 anos, e o investimento é de R$ 1,2 milhão:
– Temos uma (variedade de semente ) que é tolerante às lagartas da soja. São anos de pesquisa que acabarão sendo aplicados na lavoura.
Essa tecnologia é responsável pelo aumento da produtividade da lavoura de soja, que nos últimos 30 anos, passou de uma média de 25 para 50 sacas por hectare.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja), Irineu Orth, sempre há espaço para avançar mais:
– Temos de ter mais apoio governamental para produzir cada vez mais.
Para Genésio da Silva, diretor-comercial da Cotrijuc, a revolução tecnológica já começou:
– Cada vez mais, o grão terá todas as defesas necessárias dentro dele. É a partir disso que iremos colher mais e ter mais renda no campo.
Na década de 1970, o Estado foi o pioneiro na adoção do plantio direto. Mas foi somente nos últimos anos, que essa técnica, que prevê aa diversificação de culturas (com dois cultivos por ano), conquistou o produtor gaúcho. Em 1992, o Estado tinha 4% da área de lavouras neste sistema. No ano passado, a estimativa é de que 90% das lavouras já utilizavam o sistema. A mecanização da produção também é outro fator a ser comemorado pelo setor. Porém, ainda há desafios, como as estiagens que podem ser combatidas com um eficiente sistema de irrigação, que ainda avança com timidez. E o desafio é implementar o sistema com custo menor ou desenvolver uma varidade resistente.
Soja transgênica está em 98% das áreas
A introdução de sementes de soja transgênica no Estado, ocorrida em 1998 na região de Cruz Alta, de forma irregular, até hoje gera polêmica e provoca discussões. Mas do lado de dentro da porteira, o debate já foi dado por encerrado. Hoje, cerca de 98% das lavouras de soja gaúcha são transgênicas.
Na região de Cruz Alta, pioneira na utilização da semente geneticamente modificada, esse índice pode chegar a 100%. É o que acredita o professor Luiz Pedro Bonetti, que trabalha com melhoramento genético na Unicruz.
Ele, que era prefeito da cidade na época em que o transgênico chegou ao Estado, é um dos entusiastas da tecnologia.
– Os agricultores estão tendo uma resposta econômica. O grande diferencial do transgênico foi a economia proporcionada pela menor quantidade de defensivos usados na lavoura – resume.
Fonte: Diário de Santa Maria.