Publicada: 22/01/2014
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
O processamento do grão de soja em farelo e óleo no ano passado chegou ao menor volume desde 2002. Foram 26,9 milhões de toneladas esmagadas contra 25,7 milhões de toneladas há 12 anos. Acúmulo de créditos tributários e redução da competitividade dos derivados fizeram com que as grandes multinacionais preferissem esmagar o grão fora do País. Já o cenário atual é de maior força da demanda interna tanto por farelo, que compõe a ração animal, como por óleo, para produzir biodiesel.
"Esperamos que o processamento retome os valores próximos aos de 2011", afirmou Daniel Amaral, gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Naquele ano, o setor esmagou quase 37,3 milhões de toneladas. Retomar esse volume produzido seria voltar a colocar nas esmagadoras 10,3 milhões de toneladas de soja a mais até dezembro - volume que a indústria é capaz de absorver, dado que a ociosidade das plantas já chega a 60%.
A aposta é, principalmente, no aumento da demanda interna e externa por farelo de soja. Isso também gera excedente de produção de óleo, que deve ser absorvido pelo aumento do consumo interno por diesel misturado ao biodiesel.
A consultoria Céleres prevê aumento no volume processado de 35,4 milhões de toneladas da safra 2012/2013 para 37,2 milhões de toneladas para a safra atual, segundo relatório divulgado ontem. A produção de farelo deve subir de 27,08 milhões de toneladas para 28,35 milhões de toneladas entre as duas safras, o que deve puxar a fabricação de óleo de 6,8 milhões de toneladas para 7,14 milhões de toneladas.
A esperada recuperação deve ocorrer a despeito dos problemas enfrentados pelo setor no ano passado, como alta valorização da soja em grão e desequilíbrio tributário gerado pela desoneração de produtos agrícolas. Segundo Amaral, a retirada da cobrança do PIS/Cofins sobre o óleo de soja no ano passado gerou acúmulo de créditos presumidos no caixa das empresas e "prejudicou a rentabilidade da indústria".