Publicada: 13/04/2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
O milho já é o segundo produto agropecuário mais negociado na BM&FBovespa, atrás apenas do boi gordo. Quando se excluem da conta os contratos de opção, a commodity já é a mais líquida da bolsa, com 144 mil contratos negociados nos três primeiros meses do ano.
"O mercado de milho amadureceu muito nos últimos meses", afirma Luiz Claudio Caffagni, gerente de serviços em commodities da BM&FBovespa. Para ele, o milho começa a experimentar um fenômeno semelhante ao observado na soja no início dos anos 1990, com a popularização dos contratos a termo (venda antecipada) entre produtores e empresas de comercialização.
Nunca, antes da safra 2011/12, vendeu-se milho com tanta antecedência no Brasil, o que passa pelo aumento da demanda para exportação, a guinada dos preços e a expansão da safrinha em Mato Grosso, onde a cultura da venda antecipada é mais disseminada. Segundo o Imea, até março os produtores do Estado haviam comercializado mais de 70% da produção. É mais do que o dobro do que foi comprometido em igual período da safra passada.
Com a maior exposição das empresas às oscilações de preço, a busca por hedge aumenta. "À medida que os agentes começam a fazer contrato a termo, ao menos uma das pontas precisa minimizar seu risco. Isso explica o interesse crescente pelo mercado futuro", explica Caffagni.
Cerca de 60% dos futuros e opções de milho estão na mão de pessoas jurídicas não-financeiras, grupo onde se incluem tradings, cooperativas, empresas de carnes e fornecedores de insumos. Instituições financeiras detêm cerca de 23% das posições e pessoas físicas (produtores), outros 14%. Apenas 3% dos futuros estão em posse de estrangeiros.
As mudanças nas especificações no contrato da BM&FBovespa também favoreceram o aumento dos negócios. Com os novos papéis, lançados em setembro de 2008, a bolsa extinguiu a entrega física da commodity no vencimento da posição. Assim, as liquidações passaram a ser apenas financeiras. "A liquidação física esbarra no nosso arcabouço tributário. Como a cobrança de ICMS, PIS e Cofins muda de acordo com o Estado e quem negocia, havia muita incerteza por parte de quem recebia o produto", explica Caffagni.
Fonte: Agrolink.