novidades

noticias

Publicada: 28/01/2014

Milho segue o caminho da soja

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

 O Brasil vem deixando de ser apenas o país da SOJA para ser também o do milho. Os investimentos em tecnologia, atrelados à mudança de estratégia dos produtores nos últimos dez anos, fizeram com que a produção do grão crescesse e chegasse ao recorde na última safra, 2012/2013. Em termos nacionais, foram colhidos 81 milhões de toneladas de milho, 40% a mais do que na temporada anterior. Na comparação com a SOJA, que contou com uma colheita de 81,49 milhões de toneladas no mesmo período, o crescimento foi de 7,57%, frente à temporada passada.

Nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a SOJA é predominante, a produção do milho mais que dobrou. Saímos da marca de 7,61 milhões de toneladas na safra 2011/2012 no Mato Grosso, para alcançar 19,89 milhões de toneladas em2012/2013. Já no Mato Grosso do Sul, a produção foi de 3,53 milhões de toneladas em 2011/2012, para 7,82 milhões de toneladas, em2012/2013. Do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ USP), o professor Lucílio Alves explica que os produtores, especialmente os do Sul e do Centro- Oeste, têm usado o milho como uma cultura substituta da SOJA.

Além de garantir um solo mais rico em nitrogênio para a SOJA, já que a cultura tem como característica a retenção das moléculas, o milho também vem gerando renda alternativa aos produtores. "Nos últimos anos, os produtores perceberam que plantar o milho na segunda safra seria uma boa estratégia. Por isso, o grão se tornou um plantio quase exclusivo de segunda safra. No caso do CERRADO, planta-se a SOJA entre os meses de setembro e colhe-se no início do ano, para que no inverno tenha-se mais áreas livres para se cultivar o milho", esclarece.

Com a produtividade em alta, a exportação acabou se tornando um caminho natural para os produtores. Isso porque, o mercado interno se alimenta de apenas 65% do milho que é produzido. Dos81 milhões de toneladas cultivados, 52,8 milhões de toneladas foram consumidos e o restante, 25 milhões de toneladas, foram escoados para o mercado externo - quantidade 27% maior que em 2012. Para o professor da USP, os bons resultados nas vendas vêm incentivando os produtores a apostar mais no milho.

"O grande incentivo para se cultivar o milho na segunda safra foi a exportação em volumes altos, de 2010 para cá. Na safra passada, 2012/2013, superamos o recorde de exportações. As vendas para fora contribuem para que se enxugue a oferta interna do produto e os preços não cedam. O produtor tem lucro certo", analisa Lucílio Alves, que cita os impactos no Mato Grosso, cuja produção mais que dobrou de 2012 para 2013. Dos 19,89 milhões de toneladas produzidos, 15,66 milhões foram exportados.

Apesar das estimativas para a safra de 2013/2014 de milho não serem tão otimistas - a Conab prevê uma queda de 2 milhões na produção do grão, frente à última temporada-,os produtores acreditam que o milho será a nova SOJA brasileira. "A tendência mundial aponta para uma produção de milho três vezes maior do que a de SOJA, e o Brasil está nesse caminho. Temos área e aptidão para o CULTIVO.

A produção hoje só não é ainda maior porque o produtor esbarra em problemas de logística.Nos falta ferrovias e portos", critica Glauber Silveira , presidente da Aprosoja Nacional-associação dos produtores de SOJA e milho.