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Publicada: 30/07/2014

Ministério da Agricultura e Embrapa estudam conjunto de normas para orientar o cultivo de milho Bt

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa estudam um conjunto de normas para orientar o cultivo de milho Bt a ponto de que ele seja resistente ao ataque de lagartas, como define sua proposta. A Aprosoja Brasil já notificou quatro empresas detentoras da tecnologia sobre a perda da eficiência das cultivares no controle de pragas.

A necessidade do refúgio, área da lavoura é cultivada com variedades convencionais, é apontada pelo presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, como a principal medida para evitar que as pragas criem resistência à tecnologia Bt. A empresa governamental e o ministério estudam regras para garantir a eficiência dos transgênicos cultivados no país.

– A ênfase hoje é trabalhar em formação e estratégias para garantirmos que o conceito de refúgio seja bem utilizado e entendido. Esse é o caminho para lidarmos com o desafio da perda de efetividade deste produto. Daqui para o futuro, também é importante pensar na combinação de alternativas. Ao invés de usar plantas modificadas com apenas um gene, que gera estas proteínas tóxicas, uma alternativa é combinar diferentes genes para que tenhamos outros modos de ação combinados em uma mesma planta, reduzindo então a probabilidade do surgimento de resistência – explica Lopes.

O presidente da Embrapa ainda afirma que em cinco anos devem ser divulgados os primeiros resultados de pesquisas para o desenvolvimento de milho transgênico com tecnologia nacional. Alguns países compradores têm restrições com relação a organismos geneticamente modificados (OGMs). É o caso da China, que só compra milho convencional do Brasil.

O Brasil tem a segunda maior área plantada com variedades transgênicas, com 40 milhões de hectares. O país fica atrás somente dos Estados Unidos, que têm 70 milhões de hectares plantados. Somente em Mato Grosso, são 11 milhões de hectares com transgênicos. Muitas vezes, a tecnologia permite reduzir custos e aumentar a produtividade. Para os especialistas, ela continuará sendo utilizada em larga escala pela agricultura brasileira.

– Não podemos generalizar em relação a uma tecnologia quando existe um problema específico em um determinado produto. A biotecnologia veio para ficar. A gente vê que ela vem trazendo novidades para a agricultura, sem dúvida – pontua a diretora-executiva do Centro de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani.

Um dos principais desafios é fazer com que a ciência ajude o campo a enfrentar as mudanças climáticas e a escassez de recursos hídricos.

– Temos uma nova geração de produtos biotecnológicos que estão sendo desenvolvidos pelas empresas que tendem a fazer com que as culturas se adequem ao ambiente, que se tornem mais adaptadas, mas, principalmente, que elas sejam mais eficientes no uso de água, menos dependentes. Isso permite que, além de reduzir custos, as culturas se tornem mais adaptadas ao aquecimento global – destaca o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), Edivaldo Rodrigues Velini.
Fonte: Agrolink