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Publicada: 04/11/2013

Muito famintas e resistentes

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A nova era da AGRICULTURA brasileira leva em conta que o controle químico das lavouras traz muitos efeitos colaterais, como contaminação ambiental e de águas, intoxicação, enquanto o controle biológico tem igual eficiência sem os efeitos negativos. De acordo com Ivan Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo para a área de entomologia, nos locais de origem - África, Ásia e Austrália - há no mínimo 600 estudos de casos que mostram que a Helicoverpa armigera resiste à aplicação de defensivos químicos.

"Outro ponto é que se o agricultor aplica muito inseticida, mata também vários insetos que são benéficos para a lavoura e que poderiam ajudar a controlar as pragas. Isso mostra que a Helicoverpa armigera pode se multiplicar em grande escala e causar enormes prejuízos", observa. Além disso, segundo ele, uma mariposa pode produzir 1 mil ovos, o que indica uma capacidade de multiplicação muito grande. E o pior é que ela se alimenta de várias plantas diferentes, atacando os frutos e deixando neles uma broca.

Segundo Lício Pena, da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), a lagarta alimenta-se de setores produtivos da planta e não dos vegetativos, como as folhas. "Ela vai aonde está o dinheiro", resume. No algodão, ataca a maçã; no feijão e na SOJA, a vagem; no milho, a espiga. Leslie Dias Franco, engenheiro-agrônomo do grupo Farroupilha, que atua na região de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, conta que os problemas com a praga começaram na safra 2012/2013.

Segundo ele, o inseto atacou antes os primeiros botões florais do algodão e rapidamente a contaminação ficou descontrolada. "Começamos a fazer o manejo e usar todos os recursos que tínhamos em mãos, fizemos muitas coisas em vão, gastando muito. Tivemos uma perda razoável e teremos que conviver com ela", explica. O prejuízo maior foi no algodão, que chegou a 20% do total que deveria ser colhido. Mas em determinados momentos ela pode tirar entre 60% e 70% da produção", calcula.

A ameaça, se não for controlada, pode reduzir o volume da produção e, inclusive, aumentar os preços dos produtos agrícolas, causando impacto na inflação.

Fonte: Estado de Minas.