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O inverno deve transcorrer ainda sob uma condição predominante de neutralidade, entretanto não se descarta que no decorrer da estação o Pacífico Equatorial venha a apresentar anomalias de temperatura da superfície do mar condizentes com La Niña, mas sem vir a caracterizar o fenômeno.

“Não raro neutralidade no Oceano Pacífico é confundida com normalidade, ou condições de temperatura e precipitação próximas da média histórica. Ocorre o contrário. Extremos tendem a se acentuar, já que o padrão atmosférico carrega sinais das duas fases (quente e fria) do Pacífico. Por isso, os gaúchos não devem ter regularidade na temperatura ou na chuva”, observa o meteorologista da MetSul Eugenio Hackbart

De acordo com o prognóstico da MetSul, o inverno não deve ser de frio constante, mas marcado por uma condição de variabilidade térmica. Períodos amenos e em alguns momentos até quentes vão se intercalar com dias ou períodos frio e mesmo gelados. Haverá intensas ondas de frio com geada ampla e chance até de neve, mas a possibilidade de nevar só pode ser antecipada no curto prazo. A probabilidade de eventos mais extremos de frio é maior para os meses de julho e agosto, contudo é alto o risco de frio intenso tardio em setembro. Agosto, que foi o mais quente já registrado em um século de dados no Rio Grande do Sul no ano passado, pode ter eventos de frio significativos em 2013. Chamamos atenção que mesmo durante o inverno são normais dias com calor e dias em que a temperatura estará alta a muito alta podem ser esperados na nova estação.

A chuva tende a aumentar no Rio Grande do Sul neste inverno, mas seguirá com uma distribuição espacial (quando chove) ainda muito irregular, o que significa precipitações abaixo ou acima da média, conforme a região do Estado. O Oeste e a Metade Norte devem registrar os volumes mais altos de chuva. Apesar da irregularidade, alerta-se para o risco de episódios pontuais de chuva em volumes excessivos. Mesmo quando presente o fenômeno La Niña, que tende a reduzir a chuva no território gaúcho, são normais episódios de muita chuva, até com cheias de rios.

A MetSul alerta ainda que a transição dos períodos quentes para frio pode se dar bruscamente com alto risco de tempo severo na forma de temporais com vento forte e granizo. O Rio Grande do Sul tem um histórico ainda de tornados graves durante o inverno, especialmente na Serra, risco existente quando da mudança de massas de ar quente para frio na estação. Outro fenômeno do inverno são os ciclones extratropicais, que trazem vento intenso e baixa sensação térmica, favorecendo neve. O risco maior de ciclones no inverno deste ano será na segunda metade da estação.

*Estael Sias, Diretora da Met Sul Meteorologia