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Publicada: 10/12/2013

Produtor teme riscos, mas pede o benzoato

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Frente aos alertas ambientais e às incertezas sobre o risco do uso do benzoato de emamectina à saúde, produtores gaúchos de SOJA divergem sobre os rumos do combate à no Estado.

Antecipando-se, a Aprosoja-RS protocolou pedido ao Ministério da AGRICULTURA (Mapa) para que seja decretada emergência fitos- sanitária no Rio Grande do Sul.

Com isso, seria possível adotar o agroquímico nas lavouras. O pedido, feito ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller, não tem caráter oficial, mas é visto como instrumento de pressão.

Segundo o gerente da Defesa Vegetal da Secretaria de AGRICULTURA, José Candido Motta, somente o Estado tem ingerência sobre o processo. "Se chegar ao ponto de decretar emergência fitossanitária, faremos sem titubear, mas para isso precisamos de elementos técnicos que ainda não temos", afirma. De acordo com ele, a situação está sob controle e ainda não há nenhum indício que desperte alarde. A Seapa está elaborando plano de trabalho para sair à campo na segunda quinzena de dezembro e monitorar as lavouras até o final da safra.

O próprio presidente da Aprosoja-RS, Décio Teixeira, titubeia ao falar sobre o uso do químico no campo. "Temos que estar com o pé atrás, precisamos defender a população. Por enquanto ainda não tenho mais detalhes, por isso tenho medo", reconhece. Segundo ele, antes de aplicar o produto, o sojicultor precisa avaliar os riscos mundo afora.

Já a Comissão de Grãos da Farsul realiza reunião hoje, em Não-Me-Toque, para definir posicionamento sobre a importação do benzoato. "Técnicos vão apresentar e colher informações para tomarmos uma medida", pontuou o diretor Jorge Rodrigues.

A liberação de importação do benzoato de emamectina, produto contestado por ambientalistas e desautorizado pela Anvisa, gera dúvidas sobre os malefícios à saúde humana. De acordo com a pesquisadora Raquel Rigotto, da faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, além da evidência científica de neurotoxicidade, com prejuízo ao sistema nervoso, há suspeitas de que o benzoato seja um agente teratogênico, capaz de alterar células reprodutivas e gerar fetos com anomalias. Até agora, o Mapa já autorizou a importação do benzoato de emamectina para a Bahia, Minas Gerais e Piauí.

Fonte: Correio do Povo.