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Buscando melhorar a renda do associado, a Cooperativa irá intensificar a assistência aos sócios que produzem leite, principalmente nos produtores que produzem menos de 50 litros de leite por dia.

Segundo explica o gerente do departamento de produção animal, médico veterinário Cláudio Antunes, como o Posto de Resfriamento de Leite da Cooperativa presta atualmente serviço às cooperativas Santa Clara e CCGL, e estas empresas buscam novos mercados, bem como produtores que tenham mais produto para atender à demanda da indústria, será feito um trabalho para ampliar a quantidade de leite produzida diariamente pelos produtores.

Cláudio lembra que esta orientação visa que mais produtores participem do círculo virtuoso da busca ter alternativas de renda e não fique dependendo somente do plantio de soja e trigo: “Além dos critérios de qualidade que serão mais cobrados com a entrada em vigor em julho da Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura (veja quadro publicado nesta página), a Cotriel vai, dentro de suas possibilidades, auxiliar que o associado também eleve o volume de leite entregue para as cooperativas, pois nossa meta é promover a inclusão não a exclusão do produtor deste processo”, ressaltou.

Para Cláudio, o intuito de aumentar a produtividade e de elevar os lucros, é fazer com que a atividade se torne rentável, uma vez que, o custo de vida, bem como os preços controlados, como combustíveis, energia, insumos agrícolas, medicamentos e alta do farelo de soja tem subido em uma escala maior, inviabilizando quem produz pouco leite: “A conta é muito simples: com 50 litros por dia, o que ao final do mês são 1500 litros de leite, o produtor tem uma renda, que em dois anos corre o risco de ficar muito defasada, pois todos os custos sobem bem mais do que o lucro obtido com a atividade. Estamos passando nas propriedades, visando conscientizar o produtor que, ao elevar de 20 para 50 ou até 100 litros por dia, é um bom negócio, pois além de ganhar em qualidade, a quantidade será melhor remunerada e tornará o leite como um benefício que garante entrada de dinheiro todos os meses na conta do produtor”, disse.

A realidade de cada propriedade deve ser respeitada

Cláudio diz que este trabalho será de conscientização, mas que respeitará a condição de cada propriedade, uma vez que devido à pouca extensão de área para implementar mais pastagens e silagem, não se consegue aumentar a lotação de animais por hectare. Estes fatores são agravados pela falta de mão-de-obra e saída dos jovens do campo, fazendo com que o incremento no leite acabe sendo dificultado: “ O grande trabalho que estamos fazendo junto com a CCGL e a Santa Clara, é de inclusão do pequeno e médio produtor. Não queremos que ninguém pare de produzir leite, mas sim dar a oportunidade dele obter uma escala de produção viável para sua família, o transportador que vai fazer o recolhimento e a indústria, que, ao receber este leite com um bom padrão de qualidade possa ter novos mercados, podendo pagar melhor o nosso agricultor”, pontua.

Cláudio encerra dizendo que medidas simples podem ser tomadas: “A primeira coisa que pode ser feita é a reorganização da parte de animais, com locais adequados para as vacas, terneiras e novilhas. Outro aspecto importante é definir uma área de pastagem e silagem para a época de verão, mesmo com toda a concorrência da soja, da mesma forma que é feito no inverno e, quando tudo estiver bem organizado, adquirir um resfriador à granel, que vai incrementar a qualidade do leite e o valor mensal pago pelo leite, o que logo paga o investimento”, finalizou.


Para Ademar Zanon, leite garante rentabilidade ao pequeno produtor

Uma das propriedades visitadas foi de Ademar Zanon, no Contestado. De toda a área que possui, ele dedica 7 hectares para plantio de pasto e alimentação dos animais. Ele declarou-se satisfeito com a assistência técnica da Cooperativa e disse compreender a importância de ter qualidade no leite, aliada a uma boa produtividade: “Para um pequeno produtor como eu, a atividade leiteira é uma questão de sobrevivência. Ter a família toda envolvida também ajuda. Estamos estudando investir na propriedade e, mais para frente, pensamos sim em melhorar a infraestrutura, pois da lavoura de soja e trigo guardamos os recursos para investir e o leite nos garante o pagamento das contas todo o mês. A assistência da Cotriel é fundamental, pois somente com orientação é que saberemos como melhorar o lucro da nossa propriedade”, finalizou.