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Publicada: 11/11/2013

Soja convencional não é atrativa ao produtor

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O produtor rural João Paulo Wasciki, de Cambé, mantém 100% da área de soja da lavoura com sementes transgênicas. Ele começou a utilizar a tecnologia em 2005 e gostou principalmente da praticidade do manejo, apesar do custo um pouco mais alto durante o período em que recolhia os royalties na aquisição das sementes. "No início foi um alívio, porque aplicava o herbicida e ficava tranquilo", conta.

Há dois anos, entretanto, ele passou a enfrentar na propriedade ervas invasoras bastante resistentes ao defensivo. "A tecnologia transgênica, em parte, perde a eficiência", lamenta ele, que passou a fazer combinações de herbicidas para contornar o problema. "A comodidade do início acabou se perdendo", diz o produtor, que espera avanços na pesquisa para que cheguem ao mercado variedades mais eficientes.

Wasciki afirmou também que não encontra no mercado sementes convencionais competitivas que justifiquem o retorno ao plantio de soja não transgênica. "As variedades transgênicas são muito produtivas", argumenta.

Em Castro, Willem Bouwnm aposta na rotação de culturas para garantir a eficiência das variedades transgênicas. Dessa forma, além de alternar o cultivo de soja, milho, feijão, trigo, aveia e batata na propriedade, ele também mantém uma parcela de 30% de soja convencional a cada safra, sempre mudando a área que recebe as sementes. "Assim, consigo evitar a seleção das ervas resistentes", explica. Ele alerta, porém, que atualmente encontra apenas uma variedade eficiente de soja convencional no mercado. "Tenho medo de, em breve, não haver boas opções. Aí acabarei usando apenas a transgênica", lamenta.

Nelson Harger, coordenador estadual da Emater no Paraná, confirma as reclamações dos agricultores e afirma considerar preocupante a falta de opções. Ele acrescenta que, com relação à primeira geração de sementes transgênicas, a expectativa era que houvesse diminuição no uso de agrotóxicos, mas isso não aconteceu. A facilidade no manejo e a boa produtividade das variedades, entretanto, incentivaram a adesão.

Apesar de reconhecer que o plantio da soja convencional seria interessante para prolongar os benefícios da tecnologia transgênica, ele reforça que não há incentivo para o produtor tomar esta decisão. Além do prêmio ser pouco atrativo, ele afirma que o sistema logístico não favorece a segregação. "A soja convencional não é competitiva", diz ele, que defende a manutenção de 40% das lavouras com grãos não transgênicos para manter o equilíbrio.

Fonte: Agrolink