Publicada: 23/07/2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
A soja registrou mais uma semana excepcional. No mercado internacional, a oleaginosa superou os US$ 17 por bushel com o vencimento agosto e no mercado interno brasileiro, a saca foi negociada acima dos R$ 80, acompanhando as altas registradas na Bolsa de Chicago.
Uma preocupante seca nos Estados Unidos está dizimando a produção de grãos do país e servindo de estímulo para os intensos ganhos registrados não só pela soja, mas também pelo milho e pelo trigo. Esta estiagem é a pior em mais de 50 anos e quase 1300 cidades, em 29 estados, estão em sinal de alerta.
Porém, para os produtores de soja brasileiros, essa alta não tem sido tão proveitosa, haja visto que não há mais soja para ser comercializada. A movimentação no mercado disponível foi bastante lenta, segundo relatos, justamente por conta dessa oferta restrita. Os negócios para a safra 2012/13 também ainda não tomaram um ritmo muito acelerado pois os agentes de mercado, neste caso os vendedores, apostam em altas ainda mais expressivas. Nesta sexta-feira (20), a soja da safra nova foi negociada a R$ 66 por saca no Porto de Rio Grande.
Em uma semana, do dia 12 ao 19, a saca da oleaginosa passou de R$ 75 para R$ 80 em Passo Fundo/RS, de R$ 74,50 para R$ 80 em Cascavel/PR, e de R$ 72 para R$ 75 em Rondonópolis/MT. Já no mercado internacional, nesse mesmo período, o vencimento agosto da oleaginosa teve valorização de mais de 10%.
Tais preços e expectativa de novas altas por parte dos analistas de mercado, que afirmam e reafirmar a firmeza do mercado, devem estimular os produtores brasileiros a ampliar a área de soja no país - que tem um aumento estimado pela agência Safras & Mercao de 8,4% - e produzir o volume recorde de mais de 82 milhões de toneladas.
Entretanto, essa recuperação da produção não só brasileira, mas de toda a América do Sul poderia pressionar os preços a longo prazo, movimento que já é percebido com a diferença de ganhos no vencimento agosto/12 e o março/13 em Chicago. Nesta sexta, o primeiro fechou com mais de 23 pontos de alta contra apenas 12 do segundo.
Milho - Nos mercado do milho - doméstico e internacional - a semana também foi bastante positiva. Os danos mais severos nos Estados Unidos estão sendo sentidos pelo cereal, cultura em que os prejuízos já são irreversíveis.
Por conta disso, os preços também sobem vertiginosamente e a tendência é de que avancem ainda mais. Nesta sexta-feira, todos os principais vencimentos fecharam o dia na CBOT com altas de mais de 10 pontos. Nos portos brasileiros, os negócios estão em torno dos R$ 35. Entretanto, assim como no caso da soja, os produtores seguram os grãos apostando em mais altas.
(Fonte: Notícias Agrícolas)