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Publicada: 19/11/2014

Uso adequado dos EPIs reduz contaminação

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O uso inadequado de defensivos agrícolas pode causar consequências irreversíveis. Segundo o pesquisador Luiz Claudio Meirelles, da Fiocruz, a exposição pode acarretar intoxicação aguda, risco crônico de diversas doenças, como câncer, mesmo em baixas doses, e redução no desenvolvimento embrionário.

O pesquisador destaca que uma das soluções para o problema é o estabelecimento de políticas públicas para retirar de circulação os produtos mais perigosos do mercado.

"Temos ainda no mercado produtos organofosforados e outros de classe 1 e 2, altamente tóxicos", lamenta. Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede a retirada desses produtos. Meirelles frisa que a tendência é de que as indústrias produzam agroquímicos mais seletivos, que só afetam a praga ou a doença da lavoura.

O pesquisador da Fiocruz salienta também que é necessário retirar do mercado produtos mais antigos, com alto teor de toxicidade. Com relação ao uso de agroquímicos na lavoura, Meirelles recomenda a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID). Além disso, avalia que tem crescido muito no Brasil o uso de produtos agroecológicos que podem ajudar a reduzir a aplicação química. "Dá para produzir sem depender só dos agrotóxicos", completa.

Octávio Nakano, pesquisador da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), afirma que os produtos utilizados hoje na agricultura estão com um índice mais baixo de toxicidade se comparado aos produtos comercializados no passado. Segundo ele, atualmente é necessária uma dose muito maior para chegar a intoxicar uma pessoa.

Contudo, o professor frisa que é de extrema importância o uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). "A utilização de botas especiais, máscara, macacão e roupas que protejam a pele do aplicador são itens fundamentais que não podem ser esquecidos no momento da pulverização", aponta.

Para Nakano, hoje é necessário um contato muito alto para haver risco de morte. E a tendência, assegura, é que daqui por diante esses produtos sejam cada vez menos nocivos ao aplicador. Segundo ele, a pesquisa tem trabalhado em produtos cada mais seletivos, que causam malefícios somente para as pragas e menos nocivos aos humanos.


(FONTE: Foco Rural)