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Publicada: 18/06/2014

Ano de El Niño pode aumentar índices de micotoxinas no trigo

quarta-feira, 18 de junho de 2014

As micotoxinas são produzidas por fungos que se desenvolvem em produtos agrícolas como cereais e frutas. Resistentes à industrialização, as micotoxinas continuam presentes nos alimentos mesmo após cozimento ou processamento, sem alterar a aparência ou sabor. Contudo, a ingestão de alimentos contaminados por micotoxinas pode causar efeitos tóxicos, mesmo em concentração muito baixa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aproximadamente 25% dos alimentos produzidos no mundo estão contaminados com micotoxinas, gerando perdas anuais de um bilhão de dólares. Os principais impactos à saúde humana e animal são danos aos rins e ao fígado, além de doenças crônicas como o câncer. Os impactos econômicos podem resultar em perdas entre 50 a 100%, do valor comercial dos grãos, na redução da eficiência produtiva em animais, além de custos com monitoramento e controle para evitar a mistura de lotes contaminados com grãos sadios.

No trabalho conduzido pela Embrapa Trigo para o monitoramento desses contaminantes em lavouras do sul do Brasil, o Rio Grande do Sul revelou ser o estado em que mais ocorrem problemas com micotoxinas. O principal motivo é a ocorrência da giberela (também chamada de fusariose), doença causada pelo fungo Gibberella zeae que contamina os grãos com toxinas quando favorecido pela umidade e elevação das temperaturas durante o espigamento do trigo. O

aumento na frequência e intensidade de chuvas na Região Sul, principalmente no período primavera-verão, é característico do El Ninõ, fator de maior risco para a produção de cereais de inverno que estão formando espigas nesta época, com maior exposição da planta ao ataque do fungo.

De acordo com a pesquisadora Casiane Tibola, as melhores estratégias para controle da giberela e consequências com micotoxinas são escalonamento de semeadura com diferentes cultivares, seleção de materiais com melhor tolerância a doenças de espiga e o monitoramento da lavoura, através de sistemas de registros digitas, como o Sisalert, que combina informações climáticas com o desenvolvimento das lavouras permitindo aplicar o fungicida antes da doença se estabelecer nas culturas.
Fonte: Agrolink