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Publicada: 04/04/2014

Melhorias na importação de fertilizantes

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Conforme levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), que representa 25 empresas, esses pagamentos somaram US$ 89,6 milhões no ano passado, quase 23% menos que em 2012 (US$ 115,8 milhões), apesar de o volume importado ter aumentado 3% na mesma comparação, para aproximadamente 9,1 milhões de toneladas.

Mesmo que o volume não seja o único fator da equação que resulta na demurrage paga, - clima, problemas de infraestrutura e o próprio fluxo de exportações de produtos agrícolas também interferem na conta-, a queda do valor pago em um ano de movimento maior pode ser considerada uma boa notícia, até porque o peso da multa normalmente é repassado pelas misturadoras aos produtos finais.

De acordo com José Carlos de Godoi, presidente do Sindiadubos, a redução observada se deve a um esforço conjunto da autoridade portuária e das empresas do segmento. Houve melhorias particularmente em Paranaguá, ao mesmo tempo em que as companhias também conseguiram organizar melhor seus processos de recebimento. Reuniões trimestrais têm sido realizadas para tentar tornar mais eficiente o desembarque dos insumos.

Em Paranaguá, onde as melhorias promovidas no corredor de exportação de grãos tiveram mais destaque, a estrutura usada pelos importadores de matérias-primas para a produção de fertilizantes ganhou agilidade. Luiz Henrique Dividino, superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), afirmou que, enquanto não há arrendamentos de mais terminais - um processo que depende da nova legislação do setor -, a saída encontrada foi adotar um conjunto de ações para elevar a produtividade.

Entre essas ações, Dividino destacou o fim da inserção manual de dados, substituída por um sistema informatizado, e o monitoramento de todas as operações em tempo real. Essas ferramentas começaram a ser implementadas em 2012 e entraram em operação entre setembro e o outubro do ano passado. Foram investidos cerca de R$ 1,5 milhão em equipamentos e softwares para esse controle.

Os portões de acesso ao porto de Paranaguá também estão sendo reformados e o número de balanças em cada um deles será incrementado. Também foi implantada, em 2013, uma estrutura formada por correias que interligam os descarregamentos de fertilizantes e os direcionam a um "silo pulmão" com capacidade para armazenar até 32 mil toneladas de insumos.

Até agora, essas melhorias têm evitado problemas significativos também neste ano, quando o volume de importações de fertilizantes intermediários nos portos paranaenses deverá superar 10 milhões de toneladas. Mas, no segmento, ainda há muita desconfiança em relação ao alcance das melhorias promovidas e ninguém descarta que as filas de navios - e os pagamentos de demurrage - voltem a aumentar.

Uma fonte observa, que ainda houve muitas filas em 2013 e é preciso investir mais. Nesse contexto, o fato de as multas pela sobre-estadia de navios à espera de vaga para desembarcar os insumos ainda se aproximarem de US$ 90 milhões é, por si só, preocupante. O montante total pago no ano passado foi o quarto maior desde 2005 e está muito distante do melhor resultado dessa série, registrado em 2009 (US$ 9,3 milhões, como mostra o gráfico acima).
FONTE: Valor Econômico