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Publicada: 09/06/2022

Qual o potencial dos lácteos no combate ao vírus da Covid-19?

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Fonte: Revista Leite Integral e Journal of dairy Science

A resposta que não quer calar: Qual o potencial dos lácteos no combate ao vírus da Covid-19? A pergunta que agitou pesquisadores e consumidores durante a pandemia recebeu, recentemente, categórica resposta.

Em dois anos de Pandemia, as pesquisas sobre a Covid-19 avançaram em quantidade e evoluíram em quantidade. As estratégias para controlar a contaminação pelo vírus SARS-CoV-2 aumentaram à medida que novos casos foram diagnosticados e estudados. Quando pensamos que o caos sanitário seria controlado, as novas variantes entraram em cena bem como os rumores sobre a eficácia das vacinas, produzidas em tempo recorde, para ativar o sistema imune dos indivíduos contra o vírus que parou o mundo.

A pandemia que acarretou prejuízos jamais esperados também impulsionou a pesquisa e busca por conhecimentos e soluções. Aos interessados e estudiosos do leite, uma questão de permanencia sem resposta: qual o papel dos lácteos no combate ao vírus SARS-CoV-2? Vencida a fase de estudos preliminares e resultados parciais, agora podemos reproduzir a pesquisa que atesta mais um dos excepcionais benefícios dos bioativos presentes nos alimentos derivados do leite. O estudo, recentemente publicao no prestigiado periódico internacional Journal of Dairy Science, confirmou os efeitos positivos da lactoferrina bovina contra variantes do SARS-CoV-2.

A lactoferrina é uma glicoproteína presente no leite da maioria dos mamíferos, além de ser parte do sistema imune inato. Essa molécula pode apresentar funções nutricionais e imunes que, quando combinadas, contribuem para a saúde de quem consome.

De forma sucinta, a lactoferrina exógena exerce atividade bioativa, inibindo o crescimento microbiano e, potencialmente, oferecendo proteção contra determinados vírus.

Pesquisadores que desenvolveram estudos in vitro revelaram que a lactoferrina bovina inibe os vírusenvolvidos na influenza aviária (H3N2, H1N1, H3N2), influenza aviária (H5N1) e hepes simples (HSV-1, HSV-2), bem como o vírus sincicial respiratório, rotavírus e adenovírus. Á os resultados encontrados nas investigações in vivo incluem a atenuação das infecções por rotavírus e norovírus. Além desses benefícios, um dos efeitos antivirais da lactoferrina é o potencial de prevenção e tratamento contra doenças emergentes, como o SARS-CoV-2.

O objetivo dos cientistas envolvidos nessa pesquisa foi expandir os conhecimentos in vitro sobre a eficácia anti SARS-CoV-2. Da lactoferrina bovina, identificar a eficássia de produtos lácteos comercialmente disponíveis e avaliar estrtégias para a formulação de suplementos à base de lactoferrina. Para isso, aplicaram testes que incluíram a avaliação dos efeitos antivirais desse bioativo contra as principais variantes do SARS-CoV-2: WA1 (Estados Unidos), B.1.1.7 (Reino Unido), B.1.351 (África do Sul), P.1 (Japão/Brasil) e Delta (Índia).

Os resultados foram melhores que os esperados: conforme revelado na Figura 1, as células tratadas com 200 ug/mL de lactoferrina bovina foi eficaz contra as variantes avaliadas, além de previnir a morte celular causada pelo vírus, devido à redução da infecção celular. A ação antiviral observada nesse estudo foi específica de lactoferrina bovina e correlacionada ao conteúdo dessa glipoteína nos lácteos comercializados. Outra resposta obtida no mesmo estudo abre caminhos para novas formas de fornecimentoda lactoferrina, uma vez que os excipientwes dextrose e sorbitol, ultilizados nos tabletes mastigáveis para a suplementação, não influenciaram a atividade antiviral da lactoferrina bovina, o que pode permitir seu uso em ensaios clínicos com humanos.

Uma das grandes vantagns do uso da lactoferrina bovina como ativo terapêutico para o controle do SARS-CoV-2 é a sua disponibilidade – em 2020, com a produção estimada de lactoferrina bovina purificada foi de 350 a 400 mil toneladas. Essa glicoproteína encontrada no leite é segura para o consumo, atestada pela FDA e comercialmente ultilizada em fórmulas infantis e suplementos dietéticos.

Enfim a resposta mais aguardada por aqueles que sempre conheceram e confiaram no potencial dos bioativos lácteos foi anunciada pela ciência: a lactoferrina bovina, entre outros benefícios, é capaz de combater o grande vilão que abalou e mudou as perspectivas na forma de viver da população mundial.

Estudo publicado no prestigiado Journal of dairy Science confirmou os efeitos positivos da lactoferrina bovina contra variantes do SARS-CoV-2.

Reportagem sugerida pelo gerente do setor animal Jefersson Keller