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Publicada: 01/06/2012

Commodities agrícolas sentem abalo da crise

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Segundo levantamento do Valor Data, com base nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) dos produtos referenciados nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, algodão, cacau, café e suco de laranja), apenas cacau e trigo escaparam da tendência no mês passado. Mesmo assim, por pouco.
Se as turbulências financeiras turvam o horizonte para o comportamento da demanda global, num contexto em que se destacam os calafrios em relação à desaceleração da economia chinesa, do lado da oferta o quadro é positivo para a maior parte dessas commodities - e, por conseguinte, baixista para as cotações.
Particularmente no mercado de GRÃOS, onde a China ainda se destaca pelo apetite importador, a mudança de polo do "fator oferta" abriu espaço para as quedas da soja e do milho em maio. Após meses sustentados pelas quebras na América do Sul, por conta da seca causada pelo La Niña, os preços já refletiram com mais força, em maio, as até aqui boas perspectivas climáticas para a produção no Hemisfério Norte na safra 2012/13.
É verdade que há regiões dos Estados Unidos com baixa umidade. "A região sul do Meio-Oeste começa a sentir uma queda significativa de umidade do solo, e previsões apontam um clima mais quente do que a média para junho", disse no dia 30 o vice-presidente da mesa de derivativos para América Latina da Jefferies Bache, Stefan Tomkiw. O plantio de milho, que seguiu em ritmo acelerado no país, já foi concluído, o que ajuda a diluir riscos nesse mercado.
No trigo, o nervosismo é maior, tanto por causa dessa baixa umidade nos Estados Unidos quanto pela expectativa de alguma perda na Rússia e na Austrália, também em decorrência de estiagens.
Dos três principais GRÃOS de Chicago, o trigo foi o único a encerrar maio com cotação média superior à de abril. Com a leve alta de 1,3%, a variação positiva ante a média de dezembro de 2011 chegou a 3,9%. Já o milho caiu 9,3% entre abril e maio, e a variação desde dezembro passou a ser negativa (7,3%).
No caso da soja, o resultado do mês passado foi 2,5% inferior, influenciado pelo enxugamento das posições dos fundos. O La Niña na América do Sul manteve a oleaginosa no radar, mesmo depois que os fundos fugiram de outros produtos agrícolas, mas o esvaziamento desse fator após a colheita em países como Argentina e Brasil abriu espaço para ajustes derivados das turbulências financeiras. Em relação à média de dezembro, a valorização ainda alcança 22,1%.

Fonte: Conab.