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Publicada: 17/07/2014

Excesso de chuva desperta temática de conservação do solo e da água

quinta-feira, 17 de julho de 2014

 As causas do problema não são novas e nem estão associadas ao desequilíbrio climático. A falta de palhada no solo, a semeadura de forma inadequada e a retirada de terraços e curvas de nível estão entre as principais causas de problemas considerados sepultados pelos agricultores e até mesmo pelos técnicos de campo?, explicou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Mairo Trentin Piovesan.

Conforme Piovesan, outro aspecto que contribuiu e intensificou os problemas foi a pouca presença de plantas em estágio vegetativo, fato característico para a época do ano, que á agravado pela não utilização de plantas de cobertura (aveia, nabo, ervilhaca) entre o final da safra de verão e o início da semeadura das culturas de inverno.

A procura por orientação na construção de curvas de nível, terraços e outras técnicas de conservação de solo e água aumentaram em São José das Missões após os últimos eventos climáticos. Nas observações a campo, juntamente com as entidades do setor e agricultores, foram visualizados os problemas e construídas as soluções.

Na propriedade do agricultor Salustiano Nascimento da Silva, a chuva prejudicou cerca de dez hectares em área de cultivo de trigo. A erosão foi acentuada, uma vez que as curvas de nível que faziam o controle da perda de solo e promoviam a infiltração da água foram retiradas para facilitar o manejo mecanizado da área e não houve cobertura após a colheita da soja. Além da perda de solo, foram retiradas e carregadas pela água a palhada e a matéria orgânica do solo, e houve diminuição na germinação da cultura do trigo.

A partir do diagnóstico levantado, foram construídas soluções conjuntas. Marcações foram realizadas e curvas de nível construídas, além da recomendação de melhoramento da cobertura de solo composta por plantas com sistema radicular mais agressivo e com alta produção de biomassa. Outra orientação deixada pelos técnicos da Emater/RS-Ascar foi com relação à semeadura correta (em nível), para não promover caminhos preferenciais por onde a água possa se movimentar, causando perda de solo.

Conforme Piovesan, o diálogo e a troca de informações entre extensionistas e agricultores foi o caminho encontrado para solucionar os problemas e manter a sustentabilidade das atividades rurais. ?A quebra de alguns paradigmas é um exercício importante, esclarecedor e acima de tudo desafiador ao trabalho extensionista. A reutilização de alguns conceitos e ferramentas antigos, como, por exemplo, o uso de plantas de cobertura de solo, adubação verde e a utilização de terraços e curvas de nível, volta a estar no horizonte da ação extensionista?, completou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar.

Para evitar maiores perdas, a retomada do debate a cerca da conservação do solo e da água é uma das propostas da equipe da Emater/RS-Ascar, uma vez que condiciona a sustentabilidade no espaço rural, sendo que do solo derivam todas as atividades geradoras de renda no campo.
Fonte: Emater - RS