Publicada: 03/09/2025
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Fonte: Setor de Comunicação
Maurício Schneider, cofundador da Solubio, Empreendedor Endeavor, investidor anjo e membro do Acelerate 2030 da ONU, esteve presente no dia 20 de agosto na ImpactaCoop, realizada pela Cotriel e Sicredi Sementes do Sul, em Espumoso, para compartilhar sua visão sobre o futuro do agronegócio, com foco na inteligência artificial e na necessidade de inovação e diversificação. Sua palestra, que contou com o apoio do Sescoop/RS e FecoagroRS abordou desde a importância da comunicação eficaz com a IA até a mitigação de riscos e as oportunidades de mercado em países emergentes como a Índia.
A arte de conversar com a Inteligência Artificial
Um dos pontos centrais da apresentação de Schneider foi a crescente relevância da inteligência artificial no cenário atual e a necessidade de aprimorar a forma como interagimos com ela. Ele enfatizou que, para obter respostas verdadeiramente úteis e relevantes de sistemas de IA, é fundamental saber gerar prompts, comandos ou instruções bem elaborados. "É uma arte tu saberes fazer a pergunta certa", afirmou Schneider, ressaltando que quanto mais claro e detalhado for o prompt, mais precisa e útil será a resposta gerada pela máquina. Essa habilidade de comunicação eficaz com a IA torna-se um diferencial crucial em um mundo cada vez mais impulsionado por dados e automação.
Desafios e a adoção de tecnologia no campo
No contexto da agricultura, Maurício Schneider destacou que o ponto de partida para qualquer inovação é a compreensão dos desafios enfrentados pelo produtor. Seja a burocracia excessiva ou a dificuldade no controle de contas a pagar e receber, existem diversas ferramentas e aplicativos que podem auxiliar o agricultor a organizar suas finanças e otimizar suas atividades. O produtor, nesse cenário, atua como um intermediário na adoção de novas tecnologias. Schneider exemplificou com a aplicação de defensivos, onde a tecnologia, como a taxa variável ou fixa baseada em mapas históricos, não nasce pronta. Ela se corrige e evolui rapidamente, mas depende da adesão e do aprimoramento por parte de quem a utiliza. Ele comparou esse processo ao plantio direto, que, como outras inovações, começou de forma incipiente e foi adaptado ao longo do tempo, atingindo o nível atual graças àqueles que aderiram à tecnologia desde o início e contribuíram para seu desenvolvimento.
Mitigação de riscos e a descomoditização: saindo da zona de conforto
Schneider enfatizou a importância de mitigar riscos através da diversificação e da descomoditização. Ele argumentou que muitos produtores rurais se encontram em uma zona de conforto, acostumados a operar da mesma forma por muito tempo, o que dificulta a inovação. Nesse contexto, as cooperativas desempenham um papel crucial ao incentivar modelos de negócio diferenciados, promovendo formas de agregar valor ao produto gerado nas propriedades. A ideia é fazer a mesma coisa, mas com um modelo de negócio que adicione valor, em vez de apenas focar na produção de commodities.
Quanto à implementação de outras culturas, Maurício Schneider defendeu a necessidade de superar o "orgulho" e considerar alternativas de cultivo para diversificar os ganhos. Ele salientou que a diversificação não implica em perda de eficiência operacional. Pelo contrário, embora a integração de novas culturas demande tempo para aprendizado, a tendência é que o produtor ganhe mais dinheiro do que com a monocultura. É preciso arriscar, investir e dedicar tempo para aprender, superando o preconceito de que a implementação de outras culturas é um sinal de má situação financeira. Essa mudança de mentalidade é fundamental para a resiliência e o crescimento do agronegócio.
Oportunidades Internacionais: o potencial da Índia para o agronegócio
Finalizando sua palestra, Maurício Schneider, que possui experiência internacional tendo morado na China, Índia e Holanda, destacou o país indiano como um mercado com excelentes oportunidades para o agronegócio, especialmente no que tange à exportação de tecnologia. Ele observou que o sistema de produção agrícola na Índia ainda é rudimentar, o que abre um vasto campo para a aplicação de inovações e conhecimentos brasileiros.
Schneider identificou a exportação de fibras, como o algodão, como um filão a ser explorado, diferenciando-o da soja ou do milho, culturas nas quais a Índia já é autossuficiente. O país asiático possui uma vasta área agricultável com grande potencial para ser explorada com tecnologia, biotecnologia e, consequentemente, a produção de fibras. Essa visão estratégica aponta para um futuro de colaboração e intercâmbio tecnológico que pode beneficiar ambos os países.
Em suma, a palestra de Maurício Schneider na Impacta Coop reforçou a necessidade de uma abordagem proativa e inovadora no agronegócio. Desde a otimização da comunicação com a inteligência artificial até a diversificação de culturas e a exploração de mercados internacionais, as mensagens de Schneider ressoam como um chamado à ação para um setor em constante evolução, que busca não apenas a produtividade, mas também a sustentabilidade e a resiliência em um cenário global dinâmico. Cerca de 100 pessoas acompanharam este momento.
Confira a entrevista completa no link abaixo