Publicada: 13/03/2012
terça-feira, 13 de março de 2012
Prática cada vez mais comum e com resultados positivos nas últimas duas safras, a compra antecipada de fertilizantes começou em ritmo cauteloso no Paraná. Os primeiros dados sobre a comercialização deste ano, referentes a janeiro, mostram que o volume comercializado foi 8,5% maior que em 2011 em âmbito nacional, chegando a 1,86 milhão de toneladas, mas caiu 12% no estado, passando de 274 mil para 248 mil toneladas.
Em Mato Grosso, dois terços dos insumos utilizados no plantio da soja 2011/12 foram comercializados até março de 2011, segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Aplicada (Imea). O volume de fertilizantes, item de maior peso nos custos de produção, chegou a 3,1 milhões de toneladas vendidas, 68% do total, que foi de 4,6 milhões de toneladas. O estado do Centro-Oeste, segundo os analistas, deve repetir essa estratégia.
No Paraná, no entanto, a quebra da safra teria deixado os produtores receosos, atrasando a antecipação. Porém, a compra antecipada ainda é considerada um bom negócio. Para Ézio Dair Simões, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná (Sindiadubos), o cenário é favorável, mas o produtor tem medo de fechar negócio agora. Em sua avaliação, isso se justifica também pelo fato de não haver indícios de que os preços vão aumentar substancialmente nos próximos 70 dias.
Segundo o gestor do Imea Daniel Latorraca, os preços dos fertilizantes acompanharam a valorização das commodities no ano passado, mas não recuaram diante da retração verificada em dezembro e janeiro. A compra antecipada em Mato Grosso deve se pautar pela boa safra e pela capitalização dos agricultores. Dependendo das cotações, pode até haver retração na comercialização.
Segundo Tadeu Morais da Silva, analista de mercado da área de fertilizantes da Consultoria FC Stone, o cenário é positivo para quem está negociando diretamente com o exterior, onde os preços dos fosfatados e do potássio estão baixos. “Por outro lado, ainda não é um bom momento para comprar nitrogenados, cujo preço está alto e deve cair no primeiro semestre”, diz o analista.
No mercado nacional, as empresas não estariam baixando os preços dos fertilizantes pelo risco de comprometerem sua margem de lucro, uma vez que os estoques atuais foram adquiridos a um preço maior. “Mesmo com o fim desses estoques, que devem durar em média três meses, não haverá queda considerável do preço no mercado interno”, avalia Morais da Silva.
As empresas que comercializam adubo no Brasil reduziram as importações no início do ano. O volume importado em janeiro foi 17,6% menor que o do mesmo mês de 2011. Para Morais da Silva, se o setor continuar nesse ritmo, a atencipação será uma estratégia útil também para o produtor que pretende escapar de problemas como a demora na entrega dos produtos.
Fonte: Agrolink.