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Publicada: 01/03/2012

Soja lidera alta de commodities em fevereiro

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sem movimentos bruscos dos investidores especulativos que ganharam espaço nas bolsas americanas nos últimos anos, e com o terreno mais livre para o choque entre os fundamentos de oferta e demanda, a maior parte dos produtos agrícolas transacionados pelo país no exterior encerrou o mês passado com resultantes positivas para as cotações.
Conforme levantamento do Valor Data baseado nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) das commodities negociadas nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, café, cacau, suco e algodão), os destaques foram os GRÃOS, sobretudo a soja.
Os papéis da oleaginosa fecharam fevereiro com valor médio 4,47% superior ao de janeiro, sustentados pelas quebras de safra em países da América do Sul, entre os quais Brasil, Argentina e Paraguai. Por causa das perdas no continente, multiplicaram-se as estimativas de queda da produção mundial e ampliação da demanda pela soja americana, daí a alta em Chicago.
Na terça-feira, por exemplo, a respeitada publicação alemã "Oil World" atualizou seu cálculo e passou a estimar a colheita global neste ciclo 2011/12, em fase final de colheita no Hemisfério Sul, em 246,5 milhões de toneladas, 19 milhões a menos que em 2010/11 e maior tombo das últimas décadas.
Ontem, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) também se rendeu à conjuntura adversa e, segundo a agência Bloomberg, divulgou que a colheita brasileira será de 70 milhões de toneladas, 7% menor que em 2010/11. E as exportações brasileiras, que em janeiro ainda eram previstas pelo órgão em 39 milhões de toneladas, contra todas as demais projeções de mercado, foi ajustada para 33 milhões, volume menor que o previsto para os americanos, que seguirão na liderança desse ranking.
Como a demanda da China, maior importadora mundial de soja, segue aquecida e os EUA não deverão ampliar a área plantada no ciclo que está prestes a começar (2012/13), cresce a expectativa de que os preços "desafiem" as projeções iniciais para o ano, inclusive do USDA, e mantenham-se em elevados níveis apesar das turbulências financeiras em países desenvolvidos e eventuais efeitos adversos sobre os emergentes.
Nesse contexto, a soja foi a grande exceção no movimento especulativo em fevereiro, em geral mais discreto nas commodities agrícolas. Conforme balanço da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla inglês), até o dia 21 os grandes especuladores elevaram em 147% sua posição líquida de compra em futuros de soja, de 35,5 mil para 88 mil contratos (ver nesta página).

Fonte: Valor Econômico.