Publicada: 15/07/2025
terça-feira, 15 de julho de 2025
Fonte: Setor de Comunicação
O mês de junho foi desafiador para os produtores da área de abrangência da Cotriel. Conforme o Técnico Agrícola da Sede, Edenilson Provensi, o excesso de chuvas prejudicou significativamente as lavouras de trigo, especialmente as que já estavam plantadas — cerca de 60% da área total. As perdas foram visíveis, com erosão do solo e lixiviação de nutrientes essenciais como potássio e nitrogênio.
“O trigo plantado antes da metade de junho sofreu bastante. As chuvas intensas compactaram o solo e, nas áreas mais úmidas, a semente sequer germinou”, explica Edenilson. No entanto, o cenário começou a mudar em julho, com clima mais estável. “O trigo plantado a partir da segunda quinzena do mês passado apresentou uma boa emergência, e as aveias semeadas anteriormente também estão em estágio de desenvolvimento, formando cobertura eficiente no solo.”
Quanto às pragas, Edenilson relata que ainda não houve registros significativos de pulgões nas lavouras de trigo. No entanto, o técnico alerta para a necessidade de monitoramento constante, especialmente em relação a invasoras como a buva, aveia, azevém e outras invasoras de inverno. “A maioria das lavouras estão na fase inicial de perfilhamento, se aproximando do momento ideal para aplicação de nitrogênio.”
O técnico também chama a atenção para os cuidados com o solo visando o plantio da próxima safra de verão, que se inicia em menos de quatro meses. Segundo ele, os produtores devem observar atentamente o que foi implantado no inverno, pois isso influencia diretamente na qualidade da semeadura do milho e da soja. “No caso do milho, se houver muito azevém no meio da aveia, é necessário fazer a dessecação com 30 a 35 dias de antecedência. Para a soja, o controle da buva e outras invasoras devem começar agora, aproveitando temperaturas amenas, entre 15°C e 25°C e com sol.”
Na escolha das cultivares de soja, Edenilson destaca a importância de considerar as experiências das safras anteriores, mas lembra que as tecnologias têm avançado. Ele cita a tecnologia Enlist como uma alternativa vantajosa, especialmente por aceitar herbicidas que controlam invasoras como o caruru e outras plantas de difícil controle e também a tecnologia TF, que é tolerância à ferrugem asiática — problema recorrente nas safras com chuvas normais.
Por fim, o técnico reforça a importância da análise de solo, mesmo que parte dos produtores tenha perdido o momento ideal para realizá-la. “Tivemos perdas expressivas de nutrientes nos últimos anos, e o inverno é o período ideal para corrigir o solo com a aplicação de calcário. Mesmo diante das dificuldades de financiamento, é essencial manter o cuidado com a fertilidade, pois o solo é a base de tudo.”
Confira abaixo a entrevista completa