Publicada: 16/12/2019
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Fonte: Setor de Comunicação
De 22 de novembro a 1º de dezembro, a CCGL e a Fecoagro proporcionaram a integrantes do departamento de produção animal de cooperativas do estado uma visita técnica à Nova Zelândia. A Cotriel foi representada pelo gestor do departamento, Jefersson Camargo Keller. Os assistentes técnicos de campo da CCGL, Eduardo Feltrin, da região de Espumoso, e Roberto Morinel, de Arroio do Tigre também participaram
O País
A Nova Zelândia surgiu em 1840 quando os Maoris, população nativa do país, assinaram um tratado em que cederiam parte de suas terras à coroa Britânica. Tem uma área de 268 mil quilômetros quadrados, 5% menor que o Rio Grande do Sul que possui 282 mil. Seu idioma oficial é o inglês e como segunda língua tem Mauri. Atualmente o país tem 5 milhões de habitantes, menos da metade da população gaúcha que é de 11 milhões de habitantes. É formada por duas ilhas principais: Sul e Norte. Na ilha Norte, fica a sua capital Wellington. Por estar situada ao sudoeste do Oceano Pacífico, no Hemisfério Sul, tem clima temperado, com características muito semelhantes ao do RS, sendo que os verões são amenos, com temperaturas de 15 a 20 Cº, algumas vezes chegando a 25ºC. O inverno é frio, com temperaturas de -2 a 10ºC, principalmente na ilha Sul. O país é uma democracia parlamentar independente, sendo oficialmente uma monarquia constitucional, do qual o chefe do estado titular ainda é a Rainha Elisabeth II do Reino Unido, que é representada pela Governadora Geral do País, cargo correspondente ao presidente da República.
Atividade leiteira
O rebanho do país é mais de 5 milhões de vacas. Deste número, 10% é Jersey, 47% kiwi cross, 34% Holandês Frísia e outros 9% das demais raças. A produção média por ano é de 372 quilos de sólido por vaca, equivalente a 4185 litros de leite vaca/ano. Existe um período definido para o acasalamento, que acontece na primavera. A secagem é realizada nos meses de março, abril e maio e o parto de junho a agosto. A Nova Zelândia tem 12 mil fazendas, com tamanho médio de 147 hectares e rebanho médio de 420 animais por propriedade. O país possui 70% de sua área composta por montanhas e declives, sendo que os demais 30% são de planícies. O solo é de origem vulcânica, aluvial, glacial, marinha e orgânica. A produção de leite é baseada em pastagens perenes, como azevém tetraploide e trevos. Toda e qualquer adubação para as forrageiras é feita mediante análise de solo. O produtor neozelandês recebe por quilos de sólido. O preço é obtido após ser feita uma análise do mercado interno e externo. Não há interferência do governo neste processo . A mão-de-obra nas propriedades também esta escassa, ocasionando uma robotização cada vez maior das fazendas.
Valor das terras e sucessão rural
Ao contrário de boa parte do mundo, na Nova Zelândia os filhos não herdam a terra dos pais. A partir dos 15 anos, o jovem passa a receber o equivalente a 20 dólares neozelandeses a hora. Ele começa como assistente de fazenda por dois anos. Logo após é promovido a gerente de rebanho, onde permanece cerca de quatro anos. O terceiro cargo na hierarquia é gerente de fazenda e a última função após seis anos é gerente de operações e negócios. A aposentadoria do fazendeiro ocorre aos 55 anos de idade. A terra não é repassada como herança e sim comprada pelo filho com o dinheiro que ele ganhou nos anos que ele trabalhou na fazenda e, caso seja necessário, via financiamento bancário, feito somente por bancos privados. As taxas de juros variam de 4,5 a 5,5% ao ano, sendo maiores para quem tem maior valor tomado na instituição financeira. O valor médio da terra equivale a 75 mil dólares neozelandeses, cerca de 217 mil reais em valores de hoje. “É uma cultura muito diferente na qual você se impressiona pela organização e profissionalismo. Todo o produtor tem um contador e o sistema funciona de forma sincronizada. Nós temos muito a aprender com eles, e não é à toa que eles são um país desenvolvido de primeiro mundo”.
Ouça aqui a entrevista.