Publicada: 09/11/2020
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Fonte: Setor de Comunicação
O período pré-parto, correspondente a 21 dias antes do parto, no qual as vacas passam por dramáticas alterações metabólicas e fisiológicas, em que se prepara para o parto e a futura lactação, é caracterizado por alterações hormonais decorrentes da proximidade do parto, maior demanda de nutrientes para a síntese de colostro e leite, desenvolvimento contínuo da glândula mamária, rápido crescimento fetal e, por fim, mudanças de ambiente, incluindo a introdução da vaca recém-parida em um novo grupo de vacas.
O médico Veterinário da Unidade de Estrela Velha, Alisson Juliano Nunes, através de estratégias nutricionais é possível minimizar a incidência de possíveis distúrbios metabólicos e melhorar o desempenho produtivo e além de promover uma qualidade de parto, garantindo também a saúde da cria. Uma das principais consequências do estado fisiológico da vaca no período pré-parto é a redução de consumo de matéria seca (CMS). Nos 21 dias que antecedem o parto, há um decréscimo no consumo de matéria seca pelo animal e na contramão, há um aumento na demanda de nutrientes pela vaca, feto e membranas fetais. Com isso, boa parte da energia, proteína e minerais necessários para suprir as demandas nesse período são provenientes da mobilização de reservas corporais tais como glicogênio hepático e muscular, tecido adiposo, minerais do tecido ósseos entre outros. Disponibilidade e acesso a dieta são os principais fatores que podem vir a comprometer o consumo de alimento por vacas de leite.
Alisson explica que a competição por alimento deve ser reduzida ao máximo. Vacas adultas têm a tendência de exercer dominância sob novilhas de primeira cria, o que pode gerar competição por espaço na linha de cocho e nas áreas de descanso. Fatores como conforto, espaço na linha de cocho, hierarquia, condição corporal no período seco, estresse térmico, entre outros, são fatores que afetam o consumo de MS de vacas durante o período pré-parto. Garantindo o espaço adequado de linha de cocho (60 a 70 cm/vaca) e área para descanso com sombra, reduzirá a possibilidade de competição e estresse nos animais mais submissos. Apesar das inúmeras variáveis que interferem no CMS, a disponibilidade de alimento é certamente o principal fator que influencia o consumo. Há uma alta correlação entre consumo de matéria seca pré e pós-parto. Vacas que apresentam alto consumo de alimento no período pré-parto são as que têm maiores CMS nas primeiras semanas de lactação e, portanto, menos propensas a distúrbios metabólicos.
Assista aqui a entrevista.