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Publicada: 11/09/2025

Momento Técnico Cotriel: desafios e oportunidades nas safras de inverno e verão em Pantano Grande

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Fonte: Setor de Comunicação

A safra de inverno em Pantano Grande apresenta um cenário de contrastes e desafios, conforme aponta o engenheiro agrônomo Anderson Vincenzi, da unidade local da Cotriel. Com uma área de cultivo de inverno menor em comparação à sede, o município se destaca pela forte presença da bovinocultura, uma atividade que tem garantido bons resultados e influenciado as decisões dos agricultores.

Este ano, a cultura do trigo ocupa cerca de 500 hectares no município, com a Cotriel atuando em uma área que varia de 1.500 a 2.000 hectares na região. Segundo Vincenzi, a adesão foi limitada devido ao alto custo da semente e a duas safras frustradas consecutivas, que levaram muitos produtores a não arriscar. "O pessoal que não conseguiu guardar semente achou a cultura do trigo muito cara. Além disso, a pecuária é uma cultura que está dando um resultado bom, então muitos optaram pelo pousio ou pela aveia", explica.

Apesar da área reduzida, o desenvolvimento do trigo foi favorecido pelo frio mais intenso deste ano, que também ajudou a conter a ferrugem na aveia inicialmente. No entanto, os trigos, agora em pleno florescimento, enfrentam possibilidade de giberela devido ao alto índice de chuvas. "O pessoal que não conseguiu tratar vai ter um momento complicado", alerta o agrônomo. Nas lavouras de aveia, a ferrugem já começa a aparecer na folha bandeira, exigindo novos tratamentos após as chuvas recentes para garantir a sanidade da planta.

Arroz: Incertezas com as Chuvas e o Assoreamento

A rizicultura, cultura tradicional na região, enfrenta um obstáculo significativo: o assoreamento dos rios. "Qualquer chuva que dá, a água sai e invade as lavouras. O pessoal do arroz está sendo mais castigado", relata Vincenzi. Os produtores preparam e nivelam o solo, mas as chuvas frequentes levam embora o trabalho feito, gerando prejuízos e incertezas sobre o início do plantio.

Embora a maioria das áreas esteja pronta, a previsão de mais chuvas cria um impasse. "É uma incógnita quando vamos começar a plantar. Acredita-se que vai tardar um pouco, com muitas áreas sofrendo com alagamentos", pondera. A janela de plantio, no entanto, ainda permite otimismo: "Plantando até outubro, temos uma produção muito boa também, e este ano tem tudo para ser um ano bom de novo".

Cenário Econômico e Perspectivas

O cenário econômico é um fator de grande peso para os agricultores da região. Após quatro anos de frustrações de safra, muitos enfrentam complicações de crédito. A recente baixa no preço do arroz também freou o ímpeto de novos produtores que haviam se arriscado na cultura. Atualmente, a área de arroz no município se estabiliza em torno de 4.000 hectares, cultivada majoritariamente por produtores tradicionais que dividem suas terras entre o grão e a soja.

A dinâmica de plantio segue um padrão: o produtor que cultiva ambas as culturas geralmente prioriza o arroz, iniciando a soja na sequência. Já o agricultor focado apenas na soja prefere começar o plantio entre o final de outubro e o início de novembro. Apesar das dificuldades financeiras, Vincenzi confirma que o plantio será realizado, refletindo a resiliência do setor agrícola local.

Confira aqui a entrevista completa que está em nosso canal no Youtube